Além do edifício Don José, no centro de Curitiba, que foi interditado na última quinta-feira, pelo menos outros cinco prédios em situações semelhantes também podem ser interditados pela Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi) na próxima semana.

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Prédios antigos no centro da cidade são a maior parte do problema, segundo o engenheiro Jorge Castro, da Cosedi. No entanto, a Cosedi espera que, com a primeira interdição, os outros comecem a tomar as medidas recomendadas.

Depois da interdição, os moradores do Don José esperam que as providências que não foram tomadas durante quase quatro décadas comecem a ser feitas. A reportagem de O Estado conversou ontem com alguns dos moradores e conferiu as precárias condições do prédio.

“As partes elétrica e hidráulica nunca foram feitas, em 37 anos, a fiação está podre, além das constatações básicas que todos podem ver, como vidros quebrados e janelas praticamente caindo”, reclama uma moradora do local.

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Uma das primeiras moradoras do local é Julieta Bueno Nicolas, que sofre com goteiras e paredes mofadas. “E pensar que levei 24 anos para pagar esse apartamento”, lamenta.

Nesses casos, os problemas são gerais: para-raios inoperante ou inexistente, problemas no sistema de gás, nas instalações e nos elevadores são apenas alguns exemplos.

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“O síndico é o responsável legal pelo imóvel e pela segurança dos moradores. Ele não pode esperar uma notificação da Prefeitura para tomar providências, mas sim procurar engenheiros e o Corpo de Bombeiros para fazer a manutenção”, indica Castro.

A chamada “maquiagem” das construções é um dos principais problemas destacados pela arquiteta e presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Paraná (Ibaper-PR), Vera Lucia Shebalj. “Muitas vezes, fazer uma pintura é a opção, ao invés de identificar o que está errado”, aponta.

Pelo Código de Defesa do Consumidor, o síndico responde civil e criminalmente caso não tome as medidas necessárias. A inspeção predial, que poderia evitar situações-limite, feita por profissionais habilitados, está prevista no Código de Posturas formulado em Curitiba em 2004 que, por enquanto, está só no papel.