Cigarros paraguaios têm ainda mais substâncias prejudiciais

Se o cigarro vendido legalmente faz mal à saúde, imagine aqueles “mata-ratos” contrabandeados do Paraguai. Produzidos sem fiscalização, têm mais substâncias que viciam e causam câncer. Além disso, são nocivos também para a sociedade e a economia, gerando prejuízo de bilhões de reais por ano e servindo como fonte de renda para organizações criminosas.

O Paraná é um dos estados que mais sofrem com o comércio ilegal. A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) estima que 35% dos cigarros vendidos no Estado são contrabandeados. Segundo balanço divulgado ontem pela Receita Federal, as apreensões de cigarro no Paraná no ano passado somaram R$ 43,2 milhões, 13% a mais do que em 2011. Em todo o País, o valor chegou a R$ 134 milhões.

O Paraguai é o grande produtor do tabaco ilegal vendido no Brasil. O país tem 60 fábricas de cigarros, das quais 38 estão em Ciudad del Este, na fronteira com o Paraná. A proximidade torna o Estado o corredor para o contrabando, além de grande mercado consumidor.

Prejuízos

As marcas paraguaias mais comuns no Estado são: Classic, Eight, Palermo, Paladium e Polo vendidas sob fachada de legalidade. “Enquanto nos outros estados o produto de contrabando está nos camelôs ou feiras livres, no Paraná é vendido no varejo formal, em bares, padarias e mercados nas áreas mais carentes”, diz o diretor de Comunicação da ABCF, Rodolpho Ramazzini. A associação calcula que o Paraná perde R$ 150 milhões por ano com o contrabando, somente na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Reforço na fiscalização

Ainda mais graves que os prejuízos financeiros, são os danos causados à saúde da população. Estudos mostram que o tabaco ilegal tem até seis vezes mais nicotina e alcatrão do que o máximo permitido. “As plantações de fumo do Paraguai ainda usam o inseticida BHC, altamente cancerígeno e proibido no Brasil”, ressalta o diretor da ABCF.

O crescimento do mercado ilegal ainda coloca em xeque as medidas restritivas ao tabaco adotadas pelo governo brasileiro. “De nada adianta aumentar a taxação e proibir a propaganda se a fiscalização não for reforçada. Desta maneira, ou invés de diminuir o consumo, essas ações estão servindo para aumentar ainda mais o contrabando”, avalia Rodolpho Ramazzini.

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