Foto: Ciciro Back

Marcelo Ivanovichi reclamou também que foi cortado o fornecimento de água do acampamento.

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Cerca de 15 famílias de ciganos que vivem em um terreno próximo à Câmara Municipal de Araucária, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), estão revoltadas com a atitude da Prefeitura de retirá-los do local. Eles dizem que representantes do órgão foram até o acampamento e disseram que haverá uma desocupação, mas não teriam informado o motivo.  

O acampamento fica bem ao lado da Câmara, no Jardim Petrópolis. Um dos ciganos, Marcelo Ivanovichi, reclamou que além das ameaças de retirar o acampamento do terreno, a Prefeitura também cortou o fornecimento de água das famílias e está ameaçando tirar a energia elétrica. ?Fomos pagar a conta de luz deste mês e o banco não aceitou?, reclamou. Teresa Aristide, outra cigana do acampamento, disse que todos estão tendo que tomar banho no posto de combustível e para fazer comida é um sacrifício, já que buscam água de longe. Ela afirma que ninguém vai sair do terreno. ?Não temos carro para levar as pessoas para outro lugar?, disse.

Alguns comerciantes que preferiram não se identificar reclamam do mau cheiro que vem do acampamento. ?Se você entrar nesse mato, vai ver que está cheio de fezes?, afirmou um dos comerciantes.

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Araucária informou que o município já entrou com uma ação na Justiça para tentar retirar os ciganos do terreno, mas ainda não há uma decisão. Ainda conforme informações da Prefeitura, a ação é baseada em reclamações da população – principalmente de feirantes que ocupam o local nas quartas-feiras – e relatórios da Vigilância Sanitária do município e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que deram conta da falta de higiene no acampamento. Exemplos disso seriam banhos em lugares abertos e lixo jogado em locais proibidos.

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A Prefeitura informou ainda que a água que era destinada a uma feira do local foi cortada e os ciganos estão tendo que pegar água no quartel da Guarda Municipal. Já a luz, segundo a Prefeitura, será cortada no próximo dia 31.

Ivanovichi disse que são obrigados a tomar banho atrás de uma das tendas ou no posto porque não há outro lugar. Mas mesmo assim ele garante que não incomodam quem passa por lá (não há muitas residências próximas ao terreno). ?Ninguém se queixa da gente. Acho que se a população quisesse que a gente saísse teria feito um abaixo-assinado?, reclamou. O cigano disse ainda que querem um prazo de pelo menos dois meses para que as famílias encontrem outro local. Já de acordo com a Prefeitura, não há previsão de quando a ação será julgada, pois tudo depende do juiz. Antes de ir ao Jardim Petrópolis, o grupo de ciganos vivia no Jardim Monalisa, também em Araucária. 

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