A partir desta segunda-feira (13), cidades do interior do Paraná começaram a afrouxar as medidas de isolamento social, mas ao mesmo tempo endureceram regras para circulação de pessoas nas ruas para tentar impedir a disseminação do novo coronavírus. Alguns municípios estão obrigando moradores a usarem máscaras nos ônibus, supermercados e lojas.
Em Cascavel, município de 328.000 habitantes no oeste do estado, o descumprimento da medida decretada pelo prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) configura crime de “propagação de doença contagiosa”, com pena de até um ano de prisão. Os comerciantes que não respeitarem a regra terão o alvará suspenso e também respondem ao crime.
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Uma parte das atividades não consideradas essenciais estão suspensas no município, entre elas shoppings centers, cinemas, teatros e academias. Mas restaurantes (não incluindo pizzarias e bares) podem funcionar com atendimento reduzido, assim como salões de beleza e alguns setores do comércio, como lojas de produtos pecuários e estúdios de pilates.
Uma iniciativa inusitada para sensibilizar a população a se proteger contra o novo coronavírus chamou a atenção em Guarapuava, cidade de 181.000 habitantes no centro-sul do estado. A prefeitura mandou cobrir com máscaras de proteção boca e nariz de figuras históricas representadas em monumentos da cidade, como Martin Lutero.
“Quando a população passar por um dos monumentos vai lembrar desse equipamento de proteção individual tão importante, que é uma das maneiras mais eficientes de evitar a disseminação da Covid-19”, afirmou a secretária de comunicação, Renata Caleffi.
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Também a partir desta segunda-feira o uso desse equipamento de proteção se tornou obrigatório no transporte público e compartilhado, no comércio e nas repartições públicas e privadas da cidade. As máscaras utilizadas podem ser feitas de forma caseira.
No município, o comércio funciona de forma escalonada: às segundas e quartas-feiras abrem bancos e lojas de calçados, enquanto às terças e quintas-feiras as lojas de departamentos, óticas, perfumarias e relojoarias, entre outras atividades.
Essa modalidade foi adotada também em Ponta Grossa, município de 351.00 habitantes a 100 km de Curitiba, desde o dia 6 de abril. A medida já causou aglomerações de pessoas no centro da cidade, qualificadas como “farra do bate perna” pelo prefeito Marcelo Rangel (PSDB).
O Ministério Público ajuizou nesta terça-feira (14) uma ação civil pública contra o município para suspender os decretos que permitiram a reabertura de atividades não essenciais.
Apesar de não ser obrigatório, o uso das máscaras é recomendado pela prefeitura da cidade, que orientou também os comerciantes a atenderem com prioridade as pessoas com o equipamento de proteção.
A obrigatoriedade das máscaras fora de casa foi decretada a partir desta quarta-feira (15) em Londrina, cidade de 569.000 habitantes no norte do Paraná. A medida vale para transporte coletivo, ambientes de trabalho, prestação de serviços e comércio, entre outras situações.
“Quem não estiver usando, não poderá entrar no ônibus, no mercado, nas farmácias e quando retornar as atividades dos prédios públicos também não poderá entrar neles”, explicou o prefeito Marcelo Belinati (Progressistas).
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A prefeitura vai comprar cerca de 300.000 máscaras para disponibilizá-las à servidores públicos, inclusive motoristas de ônibus, funcionários dos terminais e passageiros que estiverem sem o item. O equipamento será distribuído também para quem não tiverem condições financeiras para comprá-lo.
Em contrapartida, a partir desta quarta-feira, o prefeito autorizou as empresas do ramo da construção civil e as indústrias a voltarem a funcionar gradualmente. “A abertura mais ampla, de todos os setores, dependerá do comportamento das pessoas e dos empresários, pois seus funcionários terão que ter máscaras, álcool em gel e equipamentos de proteção. Se houver aglomeração ou minimização dos riscos teremos que fechar novamente”, afirmou o prefeito.