Turismo reforçado

Cidades do litoral tentam se recuperar do prejuízo

Nove meses depois de o litoral paranaense ter sido atingido por fortes chuvas responsáveis por desastres naturais e milhares de desabrigados, as cidades de Antonina e Morretes, mais atingidas pela tragédia, se preparam para se recuperar do prejuízo.

Para isso, os dois municípios capricharam na decoração de Natal neste ano e reforçaram todos os serviços destinados aos turistas. A expectativa é de que o movimento já comece a aumentar no Natal, melhorando ainda mais no Ano Novo.

“Fizemos um mutirão para acolher os visitantes, não só no centro, mas em todas as áreas turísticas da cidade”, comenta o prefeito de Antonina, Carlos Machado, o Canduca.

Ele garante que, apesar do desastre de março, Antonina “tem condições de receber o turista de forma tranquila e segura”. “Tivemos ano conturbado, pois a administração da tragédia durou muito tempo, mas agora a cidade está permanentemente monitorada e estamos respirando novamente”.

Para ele, um dos “termômetros” para saber se a cidade está cheia é o aumento no consumo de água, que “já está muito maior do que o normal”. Em Morretes, não é diferente. O prefeito da cidade, Amilton Paulo da Silva, afirma que “toda a população está de braços abertos para receber os visitantes” e movimento já começa a aumentar.

“Estamos apostando na gastronomia e no turismo ecológico”. No entanto, ele ressalta que, mesmo com as chuvas de março, o centro histórico da cidade não foi afetado.

A ocupação em pousadas e hotéis das duas cidades comprovam que os paranaenses estão dispostos a aproveitar o ressurgimento dessas cidades no cenário turístico do estado.

De acordo com o presidente da Associação dos Empreendedores de Serviços Turísticos de Antonina (Aestur), Marcos Maranhão, “a cidade teve uma união muito grande neste dia devido à tragédia e fortaleceu o turismo”. A ocupação dos leitos em hotéis e pousadas da cidade chega a 70% no Natal e 80% no Ano Novo.

Em Morretes, o movimento é ainda melhor. “80% das vagas disponíveis foram reservadas para o Natal e 90% delas também já estão preenchidas para o Ano Novo”, aponta o presidente da Associação das Pousadas e Hotéis de Morretes (APHM), José Carlos de Miranda. No entanto, ele acredita que o movimento poderia ser ainda maior.

“Tem gente que me liga até hoje para saber se dá para vir para Morretes, mas posso garantir que os estragos não foram tão grandes como foi propagado, principalmente no centro. O turista pode vir tranquilo”, garante.

Desastre
A tragédia que atingiu as cidades de Antonina e Morretes aconteceu em março deste ano, quando as chuvas do final do verão foram tão fortes que chegaram a fazer com que o governador Beto Richa (PSDB) tivesse que decretar estado de calamidade pública. Pontes foram derrubadas pelas águas e pelo menos 6 mil pessoas foram desabrigadas.

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