Litoral

Chuvas reduzem o número de pontos próprios para banho no Litoral

As chuvas constantes ocorridas no Litoral do Paraná na última semana reduziram para treze o número de pontos próprios para banho nas praias, de acordo com o sétimo boletim de balneabilidade divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Estão próprios para banho dez pontos localizados na orla e outros três rios utilizados para recreação, entre os 48 pontos avaliados pelo IAP.

A redução no número de pontos próprios para banho deve-se às fortes chuvas que têm ocorrido no litoral nas últimas semanas, fazendo com que as águas das fossas e bueiros transbordem e sejam carreados para o mar. Dados do Simepar informam que na última semana em Guaratuba, local da estação meteorológica no litoral, choveu o equivalente a 226 milímetros, sendo que a média para janeiro é em torno de 300 milímetros. “Do dia 1 a 26 de janeiro choveu 664 milímetros”, afirmou Vanessa D’ Ávila, meteorologista do Simepar.

Para a professora Franciane Pellizzari, a predominância dos ventos poderá aumentar os pontos próprios para banhos nos próximos dias. “Os altos índices pluviométricos nas últimas 48 horas contribuíram para o aumento do carreamento de contaminantes e para a consequente piora na qualidade das águas das nossas praias, porém, o vento de quadrante sul-sudoeste, que esta predominando no litoral desde o dia 22 de janeiro, tende a afastar a massa d´água contaminada da costa com maior facilidade, caso as chuvas diminuam”, explicou.

Estão em boas condições para o banho de mar os pontos localizados na Ilha do Mel, praia do Farol, em frente à trilha do Trapiche; balneário Flórida, 60 metros à direita da Rua Saudade; balneário Riviera, na direção da Rua Paranavaí; balneário Rivieira, na rua Tamborá; na praia Mansa de Caiobá, o ponto localizado em frente a rua Céu Azul e na Prainha de Caiobá.

Já em Guaratuba, estão próprios para banho os pontos localizados na praia de Caieiras; em frente a rua Frederico Nascimento; o ponto monitorado 100 metros à esquerda do Morro do Cristo; o ponto monitorado no balneário de Nereidas, em frente a rua Costa Rica e também no balneário Barra do Saí.

Além disso, encontram-se próprios para banhos os pontos localizados no rio do Nunes; Ponte Estrada Anhaia, no rio Marumbi; Largo Lamenha Lins e Porto de Cima, ambos os pontos localizados no rio Nhundiaquara Porto de Cima

Vale lembrar que os resultados representam apenas 200 metros de interdição – 100 metros à esquerda e 100 metros à direita das placas indicativas. “Ou seja, nos locais onde não existem placas indicativas do IAP significa que não há risco de contaminação.

O IAP, em parceria com a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar), monitora 48 pontos onde há maior fluxo de banhistas e risco de contaminação por esgoto doméstico, conforme determina a lei, explica o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues.

Avaliação

O oceanógrafo e pesquisador Rangel Angelotti, responsável pela estação meteorológica instalada na Floresta do Palmito, contou que a vinda de ventos de quadrante Sul também pode ter influenciado os resultados.

“Estes ventos caracterizaram a entrada de uma nova frente fria, que por sua vez aumentou a amplitude de ondas, favorecendo a fixação dos sedimentos na orla e, consequentemente, o aumento dos contaminantes”, analisou ainda Angelotti.

Monitoramento

O IAP e a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar) monitoram pontos estratégicos das praias paranaenses. Para se chegar ao resultado final, divulgado às quartas-feiras, o trabalho começa com a coleta de amostras de água nestes locais na segunda-feira, primeiro dia depois do fim de semana, quando é maior o número de veranistas. As amostras são analisadas no laboratório inaugurado pelo governo do Estado na Floresta Estadual do Palmito. Nesteprocesso, descobre-se qual o grau de contaminação da água, geralmente por esgoto, considerando o número de bactérias de coliformes fecais (Escherichia coli).

De acordo com a resolução 257, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), para um local ser considerado próprio para banho, deve-se ter 80% de amostras positivas em cinco resultados. Ou seja, o resultado de quatro das cinco análises amostradas pode apontar a presença de até 800 bactérias a cada 100 mililitros de água. Caso o último resultado apresente duas mil bactérias, imediatamente o local passa a ser considerado impróprio, mesmo tendo histórico positivo.

Redução das bactérias

Apesar de apenas um dos 43 pontos da orla aparecer como próprio para banho, os órgãos ambientais vêm constatando a redução nos índices de eschericia coli em alguns dos pontos monitorados.

No ponto localizado em Matinhos, próximo ao rio, os níveis de bactérias vêm diminuindo desde o primeiro resultado no dia 20 de novembro, quando haviam 1.119 bactérias por mililitro de água. Hoje existem 682 bactérias por mililitro. Já em Guaratuba, o ponto localizado 300 metros à direita do rio Prainha passou de 1.737 para 226 bactérias por mililitro de água nesta última análise.

O diretor da Fafipar, Antônio Alpendre, reforça que os índices de contaminação estão consideravelmente menores, se comparados aos anos anteriores em muitos pontos amostrais. “Esta ação de governo em cooperação com as universidades é transparente, e a balneabilidade é um reflexo do trabalho integrado de setores distintos”, destaca.

Barracas

Para orientar os banhistas, o IAP sinaliza as praias com barracas de cores diferentes indicando a qualidade das águas, assim como nas temporadas anteriores.

Os locais em que o banho de mar não é recomendado são sinalizados com barracas vermelhas. Já os liberados são sinalizados com barracas azuis. Além disso, a divulgação é feita através da imprensa e de boletins impressos distribuídos nas praias e pontos de acesso ao litoral.

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