Casas destelhadas, falta de luz, árvores caídas e prejuízos na lavoura. Este foi o saldo dos fortes temporais que atingiram várias regiões do Paraná ontem. No oeste e sudoeste do Estado, a chuva forte começou já na madrugada, com muitos raios e ventos chegando a 93 quilômetros por hora.

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Durante o dia, as precipitações seguiram para o leste, passando pelos Campos Gerais e chegando até o litoral, onde houve alagamentos. Em Curitiba e Região Metropolitana, a chuva e o vento chegaram à tarde e atingiram principalmente a região sul da capital.

Segundo informações do Instituto Tecnológico Simepar, uma massa de ar quente e úmido vinha avançando pelo Estado e, à medida que encontrava um ambiente bastante aquecido, a instabilidade aumentava, propiciando a ocorrência de temporais. As condições de céu parcialmente nublado, com pancadas de chuva e trovoadas à tarde, devem continuar hoje em todo o Paraná.

Em Francisco Beltrão, no sudoeste, rajadas de vento forte, ainda na madrugada, e a chuva que caiu em seguida provocaram o destelhamento parcial de cerca de 200 casas, rompimentos de cabos da rede elétrica e a quebra de 14 postes. Ninguém ficou desabrigado.

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“Estamos distribuindo lonas para as pessoas continuarem ocupando as residências”, informou o sargento Alberi Pereira dos Santos, do Corpo de Bombeiros do município. Transtornos também foram relatados em Pato Branco, Ampére, Dois Vizinhos, Realeza e na zona rural de Renascença, onde plantações foram danificadas. Muitas árvores caíram em toda a região, inclusive na BR-158.

Segundo a Copel, as regiões mais prejudicadas pela falta de energia elétrica foram o sudoeste, o oeste e o litoral. Na duas primeiras, aproximadamente 140 mil residências ficaram sem luz.

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Até o final da tarde de ontem, a empresa ainda tentava restabelecer a energia para cerca de oito mil casas. No litoral, um raio causou o desligamento de uma subestação. Por cerca de 40 minutos, os municípios de Pontal do Paraná, Matinhos e Guaratuba ficaram sem energia.

Tatuquara

Em Curitiba, moradores do conjunto residencial Azaléia, no bairro Tatuquara, sofreram com alagamentos nos edifícios. Os ventos destelharam os prédios e o temporal que caiu logo depois alagou os apartamentos do último andar. “Não é a primeira vez que isso acontece”, disse a servente Edilene Lopes.

Outra moradora, a cobradora Ireni Caetano, também teve o apartamento alagado. Segundo ela, os moradores do conjunto têm reclamado com frequência sobre os problemas junto à Caixa Econômica Federal, que financia os apartamentos, mas até agora não conseguiram nenhuma solução. A reportagem tentou contato com o banco, mas não obteve retorno.

Seca faz cidade decretar estado de emergência

Flávio Laginski

Enquanto em algumas regiões do Estado o excesso de chuva causou transtornos, em outras, é a falta dela que vem gerando problemas. Ontem, o município de São Pedro do Ivaí, a 85 quilômetros de Maringá, no noroeste, decretou estado de emergência por causa da estiagem, seguindo o exemplo do município de Floresta, que na última sexta-feira tomou a mesma medida.

De acordo com a prefeita de São Pedro do Ivaí, Maria Regina Rosa Magi (DEM), os estragos causados pela falta de chuvas comprometeram 80% da safra de milho e 60% da de soja, gerando prejuízo de aproximadamente R$ 11 milhões.

“Os danos são irreversíveis porque atingiram a fase de floração das culturas. Para que nossos agricultores não tenham muitos prejuízos, tivemos que tomar essa atitude, pois acredito que o governo e os financiadores irão entender nossa situação”, afirma. Os problemas causados pela estiagem não estão afetando apenas as ,lavouras.

A prefeita afirma que o comércio está prejudicado, já que a principal atividade econômica da localidade é a agricultura. “O pessoal não está gastando, com medo do que vem pela frente, e os comerciantes estão preocupados com a falta de movimento”, diz.