As fortes chuvas nos últimos dias causaram estragos em diversos pontos da cidade. Na manhã de ontem, ruas do Hauer, Boqueirão, Tingui, Xaxim e Cidade Industrial foram completamente alagadas.
Na Alameda Princesa Izabel, a grande quantidade de água abriu uma cratera. De acordo com a Defesa Civil, 38 famílias ficaram desabrigadas por causa das chuvas.
A situação mais complicada ocorreu na Vila Nossa Senhora da Luz, na (CIC). As águas do Rio Barigui, que corta a região, invadiram as casas logo pela manhã, forçando os moradores a retirar móveis e eletrodomésticos às pressas. A família da dona de casa Maria dos Santos Silva acordou com a água na porta.
“Logo cedo a enchente estava na rua, mas em questão de minutos invadiu toda a casa, destruindo tudo. Minha filha perdeu um armário que tinha acabado de comprar. Tudo que era de valor estragou”, desabafa.
A também dona de casa Caroline Aparecida Gomes teve que deixar rapidamente sua casa, na Vila Verde, com sua filha de dois meses no colo. “Quando vi, a água já estava na cozinha e subindo muito rápido. Tirei minha filha do berço e saí correndo para a casa da minha irmã. É um absurdo. Toda vez que chove é esse desespero. Quem paga os prejuízos?”, reclama.
Protestos
Gerson Klaina |
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Rio Barigui sobe e alaga ruas e casas na Cidade Industrial. Veja na galeria de fotos os estragos causado pela chuva. |
Diante das enchentes, a população da Vila Nossa Senhora da Luz resolveu protestar e bloqueou uma das pistas do Contorno Sul, mas agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) liberaram a via em poucos minutos.
Em seguida, os manifestantes fecharam o cruzamento da Avenida Juscelino Kubistchek com a Rua João Bettega ateando fogo em pneus, móveis antigos e até geladeiras. O trânsito ficou complicado em toda a região. Alguns moradores soltaram fogos de artifício em direção às viaturas da PRF.
Mãe e filha morrem soterradas
De acordo com a Defesa Civil do Paraná, 13 municípios sofrem com as chuvas desde quinta-feira. Segundo o órgão, duas pessoas morreram em Laranjeiras do Sul. Mariza Terezinha de Azevedo e a filha dela, Marcela Negrelli de Azevedo, de 4 anos, foram vítimas de deslizamento de terra.
Além das mortes, a Defesa Civil registrou 662 desalojados, 123 desabrigados e 32.263 pessoas afetadas, vítimas de alagamentos, deslizamentos, enxurradas e inundações. Foram contadas 557 casas danificadas, das quais 300 em Irati, que tem o maior número de desalojados do Estado.
Segundo Instituto Tecnológico Simepar, o primeiro dia de inverno registrou volume acumulado de chuva de 98 mm, após uma quinta-feira que havia cravado 70 mm. Isso significa que ontem choveu o equivalente à previsão do mês para a cidade.
Na Serra do Mar, foram registrados 115 mm de precipitação somente ontem. De acordo com o meteorologista Lizandro Jacóbsen, hoje a chuva dará trégua, principalmente à tarde, mas amanhã áreas de instabilidade vindas do Paraguai trarão mais umidade e chuva.
Reclamações de inundação
Além dos protestos na Vila Nossa Senhora da Luz, outros pontos da Cidade Industrial foram palco de manifestações dos moradores que também reclamavam dos alagamentos na região.
O maior deles ocorreu na Rua Desembargador Cid Campelo, também fechada por pneus e móveis velhos em chamas. Naquele ponto, até carros da imprens,a foram alvo de pedras lançadas pelos manifestantes.
Outros bairros testemunharam atos da população. No Cajuru, grupo de moradores fechou a esquina da Avenida Jornalista Aderbal Gaertner Stresser com a Rua Ladislau Mikosz. Em Piraquara, protesto fechou a rodovia João Leopoldo Jacomel.
Segundo a Defesa Civil, na região do Caximba alguns moradores ilhados em suas casas tiveram que ser retirados de barco por agentes do órgão municipal. Os parques Barigui e Tingui amanheceram completamente alagados.
No Pilarzinho, o muro desabou na Rua Vitor Benato, 268. Na região metropolitana, foram registradas ocorrências em São José dos Pinhais, Quatro Barras, Colombo e Almirante Tamandaré.
Veja na galeria de fotos os estragos causado pela chuva.