Estragos

Chuvas acima da média em todas as regiões do Estado

Queda de muros sobre carros, desabamento de parte do teto do PolloShop Alto da XV e do supermercado Pão de Açúcar, no Batel, foram apenas alguns dos estragos provocados pela chuva, que até a última terça-feira tinham atingido com mais intensidade o interior do Paraná, e que apareceram ontem em Curitiba e região.

Segundo a administração do PolloShop, houve acúmulo de água nas calhas que não suportaram o peso e cederam. “O forro é de PVC e cedeu em cima de uma loja de confecções. Nenhuma outra foi atingida, mas a água molhou os corredores. Como precaução, optamos por fechar o shopping mais cedo para que a limpeza fosse feita com segurança”, contou o diretor Anísio Romanini. Hoje o shopping deve abrir normalmente.

Situação parecida aconteceu no Pão de Açúcar, onde uma calha cedeu e a água invadiu o estabelecimento, que foi fechado durante o resto do expediente. Houve 17 pontos de alagamento na capital, além de quedas de árvore e um destelhamento.

No cruzamento da rua Ângelo Sampaio com a Avenida Getúlio Vargas, a correnteza fez carros que estavam estacionados se chocarem. No Alto da XV, uma árvore caiu em cima de uma caminhonete e, no Centro, entre as ruas Carlos Cavalcanti e Presidente Faria, os veículos tiveram que subir na calçada para desviar de carros que haviam “afogado” e permaneciam com o pisca-alerta ligado.

Os bairros do Champagnat, Mercês, Alto da XV, Capão da Imbuia e Centenário também ficaram sem luz durante parte da tarde, num total de quase 1,4 mil domicílios afetados.

No interior do Estado, parte das ocorrências da última terça-feira ainda estavam sendo atendidas pela Companhia Paranaense de Energia (Copel) e continuavam sem luz até o início da noite.

Na Região Metropolitana de Curitiba, deslizamentos e alagamentos foram frequentes em nove municípios, como Rio Branco do Sul, Fazenda Rio Grande, Almirante Tamandaré e Colombo.

El niño

Eventos extremos e inundações para setembro já eram esperadas pelos pesquisadores do Centro de Apoio Científico em Desastres da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

“É o fenômeno El Niño, similar a outras situações que geraram eventos extremos na América Latina, causando precipitação acima da média”, explica o diretor do Cenacid, Renato Eugênio de Lima.

Ele defende que deva haver maior preparação das comissões locais de Defesa Civil para atender situações de desastre. Deslizamentos e inundações foram recorrentes nos últimos 60 dias também em países da América Central.

Defesa Civil emite alerta

Luciana Cristo e Joyce Carvalho

A Defesa Civil do Paraná emitiu ontem um alerta aos moradores das regiões oeste, sudoeste, central, norte e norte pioneiro do Estado para evitarem sair às ruas durante o período de chuvas, principalmente se for necessário passar próximo de barrancos, onde há risco de deslizamentos de terra.

As chuvas e o vento forte que atingiram o Paraná desde a noite da última segunda-feira já deixaram pelo menos 122 pessoas desabrigadas, 1076 desalojados, provocaram danos em 2.838 casas e afetaram mais de 17 mil moradores em 55 municípios do Estado. As regiões mais prejudicadas foram o sudoeste e os Campos Gerais.

Em Pato Branco, o vento ultrapassou os 100 quilômetros por hora no início da madrugada, houve cerca de 250 destelhamentos e mil pessoas foram afetadas. Um ginásio de esportes foi destruído e 350 residências foram atingidas em Santo Antônio do Sudoeste. Nos Campos Gerais, o vendaval atingiu 200 casas em General Carneiro.

Segundo a Defesa Civil, o número de paranaenses prejudicados ainda é preliminar, só sendo possível determina,r o nível de intensidade do desastre depois de finalizado um levantamento de danos. Até o início da noite de ontem, nenhum município decretou estado de emergência.

Capital registrou 140 raios ontem


Luciana Cristo

Nos primeiros nove dias deste mês já choveu no Paraná o equivalente à média histórica dos últimos 30 anos para todo o mês de setembro. Os raios que atingiram Curitiba nas últimas 48 horas também estão dentro de uma das maiores tempestades do ano. E, para os próximos dias, as chuvas devem continuar, de acordo com o Instituto Tecnológico Simepar.

Somente ontem Curitiba registrou mais de 140 descargas elétricas, até o início da noite, mostra medição do Simepar. No dia anterior, tinham sido outros 83 raios. Na chuva que atingiu Curitiba no início da tarde de ontem, inclusive com granizo em alguns bairros, choveu mais de 31 milímetros em uma hora, com quase 20 milímetros em apenas 15 minutos. Os ventos chegaram a 63 quilômetros por hora. Já foram quase 120 milímetros nesse início de mês, enquanto a média é de 115 milímetros para setembro.

Áreas de instabilidade e uma frente fria oscilando entre o Paraná e São Paulo devem persistir pelos próximos cinco dias, por causa do grande fluxo de umidade na atmosfera, segundo informações do Simepar.

A partir de sexta, o tempo começa a ficar parcialmente nublado na capital, mas ainda com pancadas de chuva e trovoadas. A situação deve se repetir no litoral, nas regiões de Foz do Iguaçu, Cascavel, Ponta Grossa e Guarapuava.

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