Balneabilidade

Chuva reduz número de pontos próprios para banho no Litoral

O 9.° boletim de balneabilidade divulgado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) nesta quarta-feira (11) apresentou apenas dois pontos próprios para banho – localizados na Prainha e praia de Caieiras, ambos em Guaratuba – entre os 43 locais monitorados na orla paranaense. “Vale lembrar que o órgão ambiental monitora apenas os locais onde há possibilidade de contaminação, seja por emissão irregular de esgoto, existência de rios e canais que desembocam no ponto ou grande fluxo de pessoas”, explicou o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues.

Em Morretes, os três pontos monitorados no rio Nhundiaquara e Marumbi continuam próprios para banho. Já em Antonina, o rio do Nunes encontra-se próprio para o banho e a Ponta da Pita permanece imprópria para atividades de recreação na água.

O presidente do IAP, Vitor Hugo Burko, lembrou que este ano, graças à parceria com a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar) e Universidade Federal do Paraná (UFPR) está sendo possível avaliar a influência dos ventos, correntes marítimas e variação das marés na qualidade das águas nas praias paranaenses.

Correntes

O oceanógrafo e pesquisador Rangel Angelotti, responsável pela estação meteorológica instalada pelo IAP na Floresta do Palmito, conta que o resultado desta semana pode estar associado aos ventos fortes que sopraram intensamente nas últimas 48 horas anteriores à amostragem. “Também foi verificado o segundo maior índice pluviométrico da temporada na estação meteorológica da Floresta Estadual do Palmito (181 mm). A chuva faz com que várias cabeceiras de rios desemboquem com força no mar”, comentou Rangel.

Para explicar a influência dos ventos e das correntes marítimas o oceanógrafo Rangel Angelotti desenvolveu a apostila ‘Praias – Saiba mais sobre elas’. Entre as informações que podem ser encontradas no material, por exemplo, está a que trata da variação da maré em regiões de desembocadura de rios e estuários. “Estes locais causam correntes que podem ser perigosas para banhistas. As correntes atingem seus máximos de velocidade tanto de enchente quanto de vazante, durante as luas novas e cheias (marés de sizígia)”, informa Rangel na publicação.

Entre os locais que aparecem com forte influência de correntes de maré estão a região da desembocadura da baía de Paranaguá (Ilha do Mel, Superagui, Ilha das Peças, Pontal do Sul) e a região da desembocadura da baía de Guaratuba (Caieiras, Prainha).

Monitoramento

Os locais são classificados em próprios ou impróprios para banho pelo IAP, considerando as condições predominantes nas últimas cinco semanas. Para um local ser classificado como próprio, pelo menos 80% das amostras coletadas nas últimas cinco semanas devem apresentar até 800 Escherichias coli (Ec) por 100 mililitros de água. Será impróprio quando a última amostra apresentar mais de 2000 bactérias por 100 mililitros ou mais de 20% das amostras apresentarem acima de 800 bactérias por 100 mililitros.

Para orientar os banhistas, o IAP sinaliza as praias com barracas de cores diferentes indicando a qualidade das águas, assim como nas temporadas anteriores. Os locais em que o banho de mar não é recomendado são sinalizados com barracas vermelhas; já os liberados são sinalizados com barracas azuis. Além disso, 60 alunos da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar) e Universidade Federal do Paraná (UFPR) estão atuando como estagiários em todas as barracas de balneabildade, instaladas na orla onde informam aos veranistas os cuidados necessários para o banho de mar e os locais adequados.

A Secretaria do Meio Ambiente e o IAP também divulgam boletins em seus portais, nos endereços eletrônicos www.sema.pr.gov.br e www.iap.pr.gov.br.