Foto: Christian Rizzi/Prefeitura de Foz

Prefeitura de Foz do Iguaçu carregou 40 caminhões com galhos retirados das ruas, muitas interditadas por conta das quedas.

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A chuva que caiu sobre Curitiba e em todo o Estado entre domingo e ontem deu um refresco para a estiagem, mas não foi suficiente para normalizar as taxas de precipitação esperadas para o mês ou evitar o iminente risco de racionamento de água na região da capital. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, em Curitiba, a madrugada de ontem registrou 20,8 mm de chuva – até então, só havia chovido 7,8 mm durante todo o mês. A precipitação, no entanto, ficou mais concentrada no centro e no lado oeste da cidade, longe das barragens do Iraí e Piraquara, responsáveis pelo abastecimento. No interior do Estado, foram registradas chuvas intensas e fortes rajadas de vento.

A passagem de uma frente fria foi a responsável pelas chuvas. As maiores taxas de precipitação aconteceram nas cidades de Cândido de Abreu, região central – onde choveu 37 mm na madrugada de ontem e foram registradas rajadas de vento de até 72 km/hora, destelhando dezenas de casas, derrubando árvores e destruindo placas de sinalização – e em Telêmaco Borba, nos Campos Gerais, com 36,4 mm.

No oeste e sudoeste, as chuvas mais intensas aconteceram na noite de domingo. Em Foz do Iguaçu, os 21,2 mm de chuva em menos de quatro horas causaram estragos. Dezenas de árvores caíram em diversos pontos da cidade e a Prefeitura chegou a carregar 40 caminhões com galhos retirados das ruas, muitas interditadas por conta das quedas. No norte e noroeste do Estado, entre as cidades de Londrina e Maringá, as chuvas foram mais tímidas, na média de 9,8 mm.

Segundo o meteorologista Marcelo Brauer, apesar de dar um alívio à seca, que se estende desde a Páscoa, chuvas irregulares como a do último fim de semana não garantem normalização das vazões dos rios ou represas e não implicam em melhoras significativas na agricultura, que amarga prejuízos com a estiagem. ?Para isso, é necessária que sejam mais freqüentes, situação que não deve ser observada a curto prazo?, avisa. Algumas regiões do Paraná devem fechar o mês de junho com menos da metade das chuvas previstas para esta época do ano; em Curitiba, por exemplo, a média atual não passou dos 28,2 mm, contra um mínimo de 68 mm esperados para o mês.

Abastecimento

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De acordo com a Sanepar, a chuva ajudou a alimentar a vazão dos rios Pequeno, Itaqui e Iraizinho, que deságuam nos pontos de captação da companhia. No entanto, conforme o gerente de Produção de Curitiba e RMC, Paulo Raffo, não foi suficiente para encher os reservatórios e permitiu poupar a água armazenada nos mesmos por pouco tempo. ?Amanhã (hoje) devemos ter de abrir novamente as barragens?, alerta. No interior, ele avalia que, tal como em Curitiba, as chuvas podem aumentar a vazão dos rios, mas não de forma a resolver o problema do abastecimento.

Desde quando a Sanepar alertou a população de Curitiba e região sobre a necessidade de economizar água para evitar racionamento, há uma semana, foi registrada diminuição no consumo de apenas 2,73%. A percentagem necessária, no entanto, é de 20%. Sob tais circunstâncias, adianta a companhia, em menos de trinta dias pode haver rodízio de água.

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Temperaturas caem no Estado

A frente fria que provocou chuvas no fim de semana também derrubou as temperaturas em todo o Estado. A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) alerta, inclusive, para a ocorrência de geadas no sul e oeste do Paraná. As temperaturas mínimas esperadas são de zero a 4 graus nas áreas mais altas e 5 a 10 graus nas demais regiões paranaenses. A máxima não deve passar dos 19 graus.

De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, ontem na hora do almoço, em Palmas, extremo sul do Estado, os termômetros já marcavam 5 graus; hoje, a temperatura deve ficar na casa dos 3 graus na região. Em Curitiba, a segunda-feira registrou mínima de 11 graus, caindo para 7 na madrugada de hoje. No oeste, em Foz do Iguaçu, a temperatura mínima pode chegar a 5 graus hoje, enquanto no norte do Estado, região de Londrina, pode cair até os 9 graus.

A Sedec alerta também que a sensação térmica poderá ser de temperaturas mais baixas por causa dos ventos do quadrante sul e recomenda que os moradores de rua recebam abrigo contra o frio intenso.

Entre hoje e amanhã, o mar também promete ficar agitado em todo o litoral do Paraná. Em alto-mar, as ondas podem atingir até quatro metros. (LM e AE)