A Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, foi novamente palco ontem do já tradicional espetáculo ?Vida, Paixão e Morte de Jesus Cristo?, promovido pelo grupo Lanteri. Nem a chuva, que persistiu durante a apresentação, afugentou os espectadores, que já cedo começaram a chegar no local. Milhares de pessoas se emocionaram com a apresentação.
Devidamente equipados com cadeiras de praia, capas de chuva e uma cuia de chimarrão, o metalúrgico Washington da Silva e sua sogra, Amélia dos Santos, disseram que o mau tempo não incomodou. Ainda mais porque os dois filhos de Silva estavam participando da peça pela primeira vez. ?Este ano resolvemos vir cedo para vê-los.?
A apresentação de ontem foi a 30.ª do Grupo Lanteri. O fato foi lembrado no início do espetáculo. O grupo começou em 1977, no bairro Uberaba. A partir do ano seguinte, começou a encenar a Paixão de Cristo. A administradora Vera Mokfa, que chegou às 15h na Pedreira com seu filho Matheus, conta com orgulho que acompanhou de perto o início do grupo. ?O espetáculo deles é muito bonito e vibrante?, disse. Matheus, que tem 11 anos, estava empolgado: ?Vou participar ano que vem?.
Para Aparecido Massi, um dos diretores do Lanteri e que também representa Jesus Cristo em algumas cenas, a comemoração foi motivo de alegria. ?Já é tradição na cidade e ainda serve como inspiração para trabalhos semelhantes.?
Cada vez mais, o espetáculo também ganha ares de superprodução. Neste ano, cerca de 1,2 mil pessoas participaram da peça, entre atores, figurantes e técnicos. A encenação, de aproximadamente duas horas de duração, se deu em catorze palcos.
Outros locais
A apresentação na Pedreira não foi a única em Curitiba a atrair um grande número de pessoas. Vários grupos também promoveram encenações em diversos pontos da capital. Na Barreirinha, o Grupo Êxodus, com quase 300 atores, teve uma grande platéia para a sua 15.ª apresentação da Paixão de Cristo. ?Só no ano 2000 nós não apresentamos?, lembra Adriano Luiz, um dos coordenadores.
Na Rua da Cidadania do Bairro Novo, o espetáculo ficou por conta do grupo Arte e Vida, que se apresenta há nove anos, e contou com cerca de 250 pessoas na equipe. ?São todos voluntários?, destaca Dalvir Maranho, um dos componentes, que trabalha na divulgação e faz o papel de Herodes na peça. O público esperado era de cerca de 7 mil espectadores.