Chuva forte no Norte deixa cidades sem água

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Técnicos da Copel tiveram
muito trabalho em Maringá.

A forte chuva que caiu na última quinta-feira no Norte do Estado segue o rastro de destruição. Em Apuracana, 80% da população está sem água devido a inundação da estação de captação que fica no Rio Pirapó. O mesmo ocorre em Maringá: 60% da população foi atingida. O problema ocorre porque a turbidez da água do Rio Pirapó está elevada, dificultando a limpeza. Ainda não existe prazo para que o serviço volte ao normal. Em Londrina, a situação também é crítica, com risco de desabastecimento de 50% da população.

O presidente da Sanepar, Stênio Jacob, esteve ontem em Apucarana para verificar os estragos causados pela chuva. Os motores elétricos das bombas de água na estação de captação ficaram submersos e a linha de energia da Copel foi destruída. Só a partir do meio-dia é que os técnicos tiveram acesso ao local para a retirada e o conserto das bombas.

Os quatro motores foram levados para Londrina, onde serão secados por uma empresa especializada. O processo de secagem pode demorar de seis a oito horas. A limpeza da unidade também já esta sendo feita e os transformadores e quadros elétricos estão em fase de limpeza e revisão. A Copel trabalhava para consertar a linha elétrica.

Em Londrina, 60% da população estava sem água, o que equivale a 170 mil habitantes. O problema ocorreu devido a turbidez da água do Rio Pirapó, que estava em 2.800 unidades. O normal seria entre 100 e 700. "É impossível tratar a água de forma que atenda à Portaria 518/2002, do Ministério da Saúde", afirma o engenheiro da Sanepar José Fernando de Oliveira. "Temos de garantir água de boa qualidade, que significa saúde para a população, e atender aos parâmetros da portaria do ministério."

Em Apucarana, a Sanepar está garantindo o abastecimento a hospitais, creches e asilos com a ajuda de caminhões-pipa – sete deles têm capacidade para 30 mil litros. O restante da população está sendo atendida por outros três caminhões. Eles estão localizados em pontos estratégicos. Em Maringá, também serão disponibilizados caminhões-pipa.

A direção da Sanepar pede a compreensão e a colaboração da população para que a água seja utilizada de forma racional. O serviço de atendimento Sanepar é 115. Mas, por conta da situação em que se encontra a cidade, vale dizer que as linhas podem estar congestionadas.

Apucarana contabiliza desabrigados

Além da falta de água, Apucarana contabilizou outros estragos. Um deslizamento no aterro que sustenta a linha férrea da América Latina Logística (ALL) matou duas pessoas no bairro Jardim América. Bráulio de Oliveira, 65 anos, morreu no local. A esposa Ana Clara de Oliveira, 55 anos, chegou a ser levada para o hospital mas não resistiu e morreu na manhã de ontem. Pelo menos 120 famílias tiveram que ser deslocadas de suas casas.

Devido a novos riscos de desabamentos, a Defesa Civil interditou, ontem a tarde, uma área do bairro Parque Bela Vista, onde moram 80 famílias, contabilizando 350 pessoas desabrigadas. Os moradores foram para casas de parentes e para uma escola próxima. "Há fissuras no morro. Com a ajuda do Exército foi feito o envelopamento de 80 metros para evitar a entrada de mais água", fala o diretor de Operações da Defesa Civil na cidade, Rosalmir Moreira. Ele iria solicitar a um geólogo um estudo sobre a área para liberar a volta das famílias. Ontem à tarde, uma chuva moderada voltou a preocupar. Mas ela durou apenas 10 minutos. "De qualquer forma, vamos continuar fazendo monitoramento das áreas de risco", falou Moreira.

Vários problemas

Em Londrina, o maior problema ocorreu na zona rural. O Rio Taquara invadiu três casas e as famílias tiveram que ser deslocadas. A PR-445 também ficou alagada, mas o tráfego voltou ao normal na noite de quinta-feira mesmo. Um lago utilizado para pesque-pague transbordou, mas nenhuma pessoa ficou ferida.

Na cidade de Maringá, a Defesa Civil atendeu a quatro quedas de árvores e três residências alagadas, mas estima-se que o número de casas invadidas pela água tenha sido bem maior.

No município de Diamante do Norte, o bairro Maracanã, localizado em zona rural, foi o mais atingido devido ao rompimento de cinco represas no córrego Maracanã. Houve deslizamento de terra e várias vias de acesso ao bairro tiveram que ser interditadas. Na área urbana, o mais atingido foi o conjunto habitacional Bahia, onde ruas também tiveram que ser bloqueadas. Tubulações de água e esgoto ficaram danificadas.

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