| Chuniti Kawamura |
 |
| Tamandaré ficou debaixo d?água. |
A chuva na tarde de ontem provocou vários estragos. Uma casa desabou e outras duas ficaram comprometidas. Várias residências também ficaram alagadas e muitos moradores perderam móveis e eletrodomésticos. Também houve casos de destelhamento. A barragem do lago do Parque São Lourenço também assustou. Devido à grande quantidade de água, parte da terra que sustenta o lago desmoronou. Cogitou-se a possibilidade de rompimento do dique. Durante duas horas a rua ao lado, a Professor Nilo Brandão, ficou bloqueada para o tráfego. Quando a água baixou, a Defesa Civil liberou a via. ?Foi só o volume de água que aumentou muito. Mas a estrutura não foi abalada?, garantiu o secretário executivo da Defesa Civil, Renê Vitek. Várias tilápias foram encontradas no gramado e devolvidas ao lago por transeuntes.
Os estragos se repetiram em Almirante Tamandaré e Rio Branco do Sul. Segundo Vitek, uma casa desabou no Santa Cândida e outras duas também estavam ameaçadas. O Corpo de Bombeiros retirou os moradores do local, mas nenhum pediu abrigo. Passariam a noite na casa de parentes e amigos.
Revolta
No bairro vizinho, na Barreirinha, um córrego subiu e alagou várias casas. Marlene Morais estava revoltada porque perdeu boa parte dos móveis. ?A gente paga imposto e pede para a Prefeitura resolver o problema, mas ninguém faz nada?, desabafou.
Os seus vizinhos estavam na mesma situação. ?Saí de casa com a água no peito. Tenho três crianças e deu para salvar pouca coisa?, conta. A irmã dela, que tem seis filhos, estava dentro de casa com as crianças e não tinha como sair devido à correnteza. ?Cortamos o fio de luz para evitar o curto-circuito. Sempre que chove forte é assim. A gente também pode pegar alguma doença?, reclamou Marlene.
Famílias contam as perdas
Em Almirante Tamandaré a chuva também provocou alagamentos em vários pontos da cidade. Desconsolado, Nivaldo Rezende mostrava a casa no Jardim Gramado. Ele chegou do trabalho e encontrou tudo embaixo da água. ?A minha mãe comprou um guarda-roupa de R$ 800. Estragou tudo?, reclamou.
Mas situação pior passou seu vizinho. A família não estava em casa e, quando retornou, encontrou os móveis submersos. A água subiu mais de um metro. A força da água entortou uma das portas e derrubou a parede da garagem e o muro. ?Todos nós compramos os terrenos e pagamos nossos impostos. Mas a Prefeitura nunca faz nada. Há 29 anos convivemos com o problema?, desabafou Nivaldo.
Transborda
Em outro ponto da cidade, no bairro Bonfim, o Rio Barigüi transbordou e deixou várias casas alagadas. Rodrigues Alves Ribeiro disse que apenas dois cômodos não ficaram alagados. ?São mais altos e colocamos todos os móveis lá dentro. Foi tudo muito rápido?, falou. Na mesma rua, vários moradores também se arriscavam para voltar para casa. Passavam por cima da ponte totalmente submersa. Segundo informações da Defesa Civil, também houve alagamento em Rio Branco do Sul.