Chuva causa quatro mortes em Curitiba

Quatro pessoas morreram na madrugada de ontem, em Curitiba, durante o temporal que atingiu a cidade por cerca de três horas. Um homem de aproximadamente 30 anos continua desaparecido.

Quatro pessoas estavam num carro que caiu no córrego da Rua Pedro Breda, no bairro Cascatinha. Um dos ocupantes não foi encontrado ainda pelo Corpo de Bombeiros. A outra vítima também estava num carro que caiu em um córrego na região do Uberaba. O segundo ocupante desse veículo foi resgatado com vida.

As buscas pelo desaparecido devem continuar hoje, a partir das 7h, no Rio Barigüi até Araucária, com um efetivo maior. Segundo o relações-públicas dos Bombeiros, tenente Leonardo Mendes, as buscas se concentram no rio e na mata ciliar, já que o nível do rio subiu bastante.

De acordo com o major Samuel Prestes, estão sendo usados barcos e viaturas nas buscas. ?No trecho do rio onde concentramos os trabalhos não é possível mergulhar pela falta de profundidade?, descreveu. Em alguns locais, os bombeiros fazem o trabalho a pé, onde o rio não comporta o uso da embarcação.

As vítimas fatais confirmadas são Giovana Potier, 19 anos, Andrei Comparin, 21, e Aroldo Velozo, 28. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a maioria dos problemas ocasionados pela chuva intensa ocorreu na região de Santa Felicidade, onde foram 12 alagamentos. Um morador da Rua Ângelo Trevisan, que preferiu não se identificar, afirmou que a água começou a invadir a casa por volta das 23h30, e só começou a baixar às 3h30. A mãe, de 74 anos, e o filho passaram a noite dentro do carro, já que o imóvel estava cheio de lama, galhos de árvores e lixo, que vieram com a enxurrada.

Na Rua Pedro Breda diversas residências foram alagadas. A dona de casa Janete Nowakoski disse que já perdeu as contas de quantas vezes o problema ocorreu, sendo que a situação mais grave foi há dez anos, quando precisou subir no guarda-roupas, com a filha recém-nascida, para não se afogar dentro da casa. ?Isso sempre acontece porque as manilhas da rua são muito finas e não agüentam um grande volume de água. Há anos esperamos uma melhoria por parte da Prefeitura, mas nada acontece?, reclamou.

Outros alagamentos também foram registrados nos bairros Seminário, Mossunguê, Campina do Siqueira, Cascatinha e Rebouças. Os parques Tingüi e Barigüi tiveram parte das suas trilhas cobertas pela água e residências em Campo Magro e Almirante Tamandaré também foram atingidas pela chuva.

Temporal cria cratera no viaduto da Avenida Marechal Floriano

Luciana Cristo

Uma cratera na pista de acesso ao viaduto da Avenida Marechal Floriano Peixoto foi outro resultado da chuva forte de terça-feira à noite em Curitiba. O buraco deixou o trânsito lento desde às 8h de ontem para os motoristas que seguiam no sentido centro-bairro. Com aproximadamente dois metros de profundidade, o buraco alcança quase o meio da pista e tem cerca de um metro e meio de largura. Pelo menos nos próximos 30 dias, acontecem obras da Prefeitura no local.

A Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran) organizou um desvio e os motoristas passaram a dividir a canaleta com os ônibus no cruzamento com a Avenida da República, já que a pista da direita permanece interditada. A alternativa deve continuar nos próximos dias, já que a proteção lateral também caiu. A Diretran orienta caminhos alternativos para quem se direcionar à Região Sul, como a Avenida das Torres ou a Avenida Salgado Filho.

De acordo com o coordenador técnico das obras da Linha Verde, Wilson Justus, o viaduto não teve sua estrutura comprometida. ?Ocorreu um afundamento do aterro e vai precisar ser feita uma correção que depende das condições do tempo. Enquanto continuar chovendo, não dá para mexer no solo?, explicou Justus.

Por conta do incidente, uma obra da Linha Verde que já estava prevista para o local foi antecipada e deve começar nos próximos dias. ?Vamos fazer uma travessia com uma galeria que vai passar por baixo do viaduto, sentido Boqueirão?, afirmou Justus.

A obra foi prevista para melhorar a captação da água da chuva, que se concentra no local e onde, segundo Justus, as obras são inevitáveis. Transversal à Linha Verde, essa galeria tem 290 metros de extensão, e vai atravessar outra, já implantada, de 570 metros. A obra começa na Rua Wenceslau Braz, atravessa a Linha Verde e a Marechal Floriano, e chega até a Rua Eduardo Polak.

Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, as chuvas devem continuar hoje. Em três horas, na terça, choveu cerca de 30% do previsto para março.

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