Quinze municípios registraram problemas com chuvas e vendavais que atingiram o Estado entre a noite de terça-feira e o início da manhã de ontem. De acordo com a Defesa Civil no Paraná, 429 residências tiveram algum tipo de dano (queda de energia, árvore, destelhamento, alagamento), afetando um total de 53.355 pessoas.
Dessas, 135 ficaram desalojadas e outras 114 desabrigadas. Do total, 50 mil correspondem à população de Umuarama (noroeste) que ficou sem luz por algumas horas. A cidade mais afetada foi União da Vitória, na região sul, onde a Defesa Civil registrou 70 pessoas desabrigadas. Nenhuma pessoa morreu.
Em Curitiba, de acordo com Instituto Tecnológico Simepar, o volume das precipitações alcançou 70 milímetros na manhã de ontem, representando quase a média histórica para setembro.
Por conta disso, a Defesa Civil registrou dez pontos de alagamento, seis destelhamentos e ainda três quedas de árvores. Na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), o órgão atendeu ocorrências em Almirante Tamandaré, Campo Largo, São José dos Pinhais e Araucária, esta com problemas em 60 casas atingidas por alagamento. Na ocasião, 180 pessoas foram afetadas, dessas, seis perderam suas casas.
Pinhais foi a cidade mais atingida na RMC. A alta do Rio Iraí trouxe preocupação às famílias de 50 residências afetadas pela enchente. Ontem pela manhã, moradores do Jardim Weissópolis, em Pinhais, não foram trabalhar para arrumar as próprias casas, atingidas durante a madrugada pela enchente.
O pedreiro José Gonçalo, morador da Rua Rio Xingu, falou que só começaria a limpar tudo quando o nível da água baixasse. “Levantei o que dava. Mas molhou a base da cama e do guarda-roupa. Estamos cansados de reclamar. Assim não dá para ficar. A gente trabalha igual a um condenado para comprar as coisas e acontece isso”, desabafa.
Segundo os moradores, o Rio Irai, próximo das ruas alagadas, estava muito alto, mas não transbordou. Os moradores reclamam que a água voltou pelas manilhas e pelos bueiros das ruas, invadindo as residências.
De acordo com Eduardo Gomes Pinheiro, tenente da Defesa Civil, os estragos não foram gerados apenas pelas chuvas ou pelos transbordamentos. “Os rios urbanos têm sofrido com o reflexo da urbanização demasiada.
Exemplo disso é o desmatamento das margens de rios, grande quantidade de asfalto e até mesmo a troca de jardins por calçadas de cimento. Essas intervenções não permitem que o solo absorva a água por completo, o que controlaria tamanho problema”, ressalta.
Interior
Fora da Grande Curitiba, as coordenadorias municipais de Defesa Civil informaram que na região noroeste, em Umuarama, 117 residências foram danificadas pelos ventos. O órgão forneceu lonas para 35 pessoas desalojadas e outras oito desabrigadas.
Na região central do Estado, três municípios foram afetados: Pitanga, Telêmaco Borba e Prudentópolis. Nesse último, 13 residências foram atingidas por enxurrada, deixando aproximadamente 70 pessoas desalojados e 25 desabrigadas.
Em Londrina, na região norte, foram registradas três quedas de árvore e uma casa destelhada. Já na região oeste, em Santa Helena, 12 residências foram danificadas e, em Cascavel, 16. Segundo o Simepar, a partir de hoje o tempo começa a melhorar em todo o Estado, mas as chuvas podem voltar a atingir o Paraná no domingo.