Os trabalhadores que atuam nas empresas de fundição de chumbo do Estado estão contaminados pelo metal e correm o risco de desenvolver uma série de doenças como o câncer. A constatação é do Centro Estadual de Saúde do Trabalhador (Cest), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que vem realizando inspeções no setor e verificou que as empresas não vêm dando a atenção merecida à saúde do trabalhador.

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Das 38 empresas que existem no Paraná, sete já foram inspecionadas e todas elas apresentaram problemas. O técnico do Cest, João Luiz Athayde, diz que do ponto de vista ambiental até que elas estão de acordo com as normas do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), mas a saúde do trabalhador não vem recebendo a mesma atenção.

Ele diz que durante a queima do chumbo, parte do material vira vapor e ao entrar em contado com o ar se transforma em uma poeira bem fina. É preciso que os fornos tenham um sistema de exaustão para direcionar as partículas até um filtro, para depois serem depositadas em um reservatório. O problema é que a manutenção destes equipamentos não é feita corretamente e muitas partículas acabam indo parar no meio ambiente. Além disso, quando o reservatório está cheio, os trabalhadores utilizam uma pá para retirar o material e levá-lo de novo ao forno. ?O ideal é que o trabalho seja automatizado?, declara Athayde. O técnico diz ainda que é preciso ter cuidado com a roupa dos trabalhadores.

Clandestinidade

Existem ainda aquelas empresas que são clandestinas. O Cest acabou fechando uma que funcionava no centro do município de Assaí, no norte do estado. Ela deveria apenas revender baterias, mas nos fundos do estabelecimento cinco funcionários faziam a fundição do chumbo sem nenhum equipamento de proteção. Inclusive a mulher do proprietário, mesmo grávida, atendia no balcão. O chumbo pode provocar, entre outros problemas, má formação de feto, abortos e infertilidade.

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Em Ponta Grossa, foram feitos exames e em apenas alguns meses de atividade cinco funcionários de uma empresa já estavam envenenados pelo metal, o que é chamado de plumbismo ou saturnismo.

Segundo Athayde, a intenção não é fechar estas fábricas. Elas são importantes porque atuam na reciclagem de baterias e se isto não for feito o chumbo vai parar no meio ambiente. O Cest vem trabalhando para que as empresas protejam os trabalhadores. Três delas que não cumpriram o termo de ajuste de conduta foram acionadas pelo Ministério Público, que passa a fiscalizar a implementação das mudanças e as demais estão se adequando. Outras três vão começar a ser inspecionadas. Calcula-se que o setor possui aproximadamente 1.400 funcionários no Estado. 

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