Chorume de aterro preocupa

Nem os aterros sanitários já desativados deixam de causar problemas ambientais e de saúde pública. A preocupação da vez é com o antigo aterro da Lamenha Pequena, que fica na divisa de Curitiba com Almirante Tamandaré. Desativado desde 1989, não se vê mais lixo por ali porque a vegetação já se encarregou de cobrir. No entanto, o chorume que sai do aterro acaba caindo diretamente num córrego que desemboca na Represa do Passaúna.

De acordo com Alfredo Vicente de Castro Trindade, gerente técnico do Departamento de Pesquisa e Monitoramento da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o chorume que vaza para o rio está dentro dos parâmetros de potabilidade e respeitam as especificações do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). "Existem duas lagoas de decantação, que fazem parte do sistema de tratamento do chorume que sai do aterro. Temos um sistema de drenagem subterrânea e a água superficial que acaba indo para o córrego respeita as especificações do Conama", disse.

Trindade afirma ainda que, no final do ano passado, foram feitas análises e estudos no local e comprovou-se que o antigo aterro não está contaminando a água que desemboca no Passaúna. "Vamos fazer agora uma análise do lençol freático", disse.

Irresponsabilidade

Para a diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa, lançar chorume num rio que abastece a represa do Passaúna é uma irresponsabilidade. "Independente se está dentro ou não dos parâmetros, o fato é que o chorume é altamente poluente e não pode contaminar uma represa utilizada para abastecer a cidade", afirma. Maria Arlete disse que vai comunicar o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Vigilância Sanitária, para que sejam tomadas as providências necessárias. "A Prefeitura precisa utilizar todos os mecanismos técnicos existentes para não deixar isso acontecer."

O ônus da contaminação da represa com o chorume e outros poluentes é a proliferação de algas. Maria Arlete explica que, quanto maior a quantidade de material orgânico que entra na barragem, maior é a reprodução das algas. Isso faz com que a Sanepar tenha que aumentar a quantidade de produtos químicos para tratar a água que abastece um quarto da população de Curitiba. Isso aumenta os custos de operacionalização. "A quantidade de algas na represa do Passaúna é pequena porque a represa é bastante funda. Mesmo assim isso prejudica", afirma Arlete. (Sâmar Razzak)

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