Chefe da PM contesta falhas na formação do quadro

“Não podemos sacrificar toda uma corporação de 16 mil policiais em cima de um erro”, afirmou o chefe do Estado Maior da Polícia Militar, coronel Celso José Mello. Ontem, ele reuniu a imprensa para rebater as críticas sobre possíveis falhas na formação dos policiais no Paraná.

O assunto veio à tona com a morte da jovem Rafaeli Lima dos Santos, de 21 anos, em Porto Amazonas, ferida na cabeça, no último dia 13 de julho, por um policial militar. O comandante negou que houve redução no tempo de formação dos PMs, mas admitiu readequações no tempo em sala de aula e nas ruas.

De acordo com o comandante, após aprovação no concurso público, o candidato a soldado militar passava por um curso de formação de 760 horas, das quais, 170 eram voltadas para formação operacional, que envolve técnicas como de abordagem, tiro e o dia-a-dia nas ruas.

O conteúdo, que era aplicado em oito meses, também abordava questões jurídicas e policiamento comunitário. No entanto, a partir de 2004/2005, afirmou o oficial, ocorreram adequações nessa formação, sendo que o mesmo conteúdo é aplicado em quatro meses, e o restante do curso o candidato tem nas ruas, acompanhado por outro policial instrutor, durante um estágio probatório. Nesse período, atua em situações como shows, jogos ou policiamento a pé, sem portar arma.

“Então é uma falácia dizer que houve redução na formação dos policias. O que houve foi uma adequação do tempo em que ele ficava na sala de aula e nas ruas. Qualquer profissional tem que ter seu período de formação nas ruas”, afirmou Mello, acrescentando que, “quem criticou não conhece a rotina da academia”.

Sobre a atuação do policial em Porto Amazonas, o coronel classificou como “ocorrência desastrosa”, que já está sendo apurada pela polícia. A ocorrência também está servindo de tema de instrução em todos os batalhões da PM no Paraná. Segundo Mello, comandantes de todo o Estado estiveram em Curitiba anteontem para discutir o caso.

Além das 760 horas, para a formação de cabo militar são mais 340, e para sargento, outras 715. Além disso, frisou o comandante, existem instruções constantes nos batalhões durante as escalas de serviço. Segundo ele, a população pode ficar segura em relações aos policiais do Paraná, e não comparar a falha de um em detrimento de toda a corporação.

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