Meu amigo, o desembargador Luiz Renato Pedroso, dinâmico presidente do Centro de Letras do Paraná, escreveu dois artigos condenando as pichações feitas, qual verdadeira praga, por toda a cidade e, particularmente, na fachada do histórico prédio do Centro, na Rua Professor Fernando Moreira, a conhecida Rua dos Chorões.
Mas o preclaro presidente, com a sua costumeira e cordial maneira de falar e de escrever, foi até benevolente com esses vândalos que andam por aí, provavelmente protegidos pelas trevas noturnas ou cerração das madrugadas curitibanas, pichando desenfreadamente as casas, muros, placas, bustos e até as pedras maiores que encontram em seu caminho, nas quais podiam muito bem tropeçar e quebrar a cabeça, como certamente desejaria o poeta Carlos Drummond de Andrade, relembrando aqui a sua conhecida poesia.
Na verdade, não sei sinceramente o que ocorre em relação a essa aparente benevolência com que as autoridades vêm tratando os pichadores, esses autênticos “gangsters” da nossa Chicago curitibana, que estão estendendo suas teias maléficas pelas cidades vizinhas da Região Metropolitana, num permanente carnaval de pichacão.
O pior de tudo isso é que esses energúmenos, numa total aberração e inversão de valores, denominam-se “artistas”, desejando, como megalomaníacos que são, comparar-se com a arte de Poty Lazarotto e de outros valores artísticos do Paraná.
Mesmo assim, tais “artistas” não respeitam nem as obras maravilhosas dos nossos criadores de belezas, como pudemos observar com a pichação ocorrida no belo mural histórico do Paraná, na Praça 19 de Dezembro, onde até as monumentais esculturas de Erbo Stenzel (o homem e a mulher nus) sofreram o vandalismo das tais pichações.
E assim tem ocorrido por todas as cidades vizinhas, inclusive em Bocaiúva do Sul, onde o prefeito Élcio Berti, no seu estilo “deu-levou”, fez com que os pichadores, apanhados em flagrante, fossem presos e obrigados a refazar as pinturas danificadas, como castigo pelos maus atos praticados.
Se em Curitiba se fizesse o mesmo, certamente tais elementos deixariam de praticar esses atos nocivos contra as propriedades públicas e particulares da cidade.
No Irã, a punição severa das leis islâmicas é a de amputação das mãos dos criminosos. Se tais leis fossem adotadas aqui, os ladrões e pichadores da cidade estariam todos manetas…
Mas, o que mais nos apavora com tais barbarismos pichatórios, é o que estão fazendo agora esses irresponsáveis: pichando as placas de trânsito, com inconseqüente desrespeito aos avisos que essas placas dão aos motoristas: a pichação das placas pode causar graves acidentes nas ruas e estradas, já que a tinta empregada por eles impede a leitura de avisos e advertências importantes nelas contidos.
É preciso, urgentemente, uma atitude mais enérgica das autoridades que, parece, não vêem ou não querem ver o que ocorre por toda a parte, nas estradas e ruas da cidade.
É impossível que todos estejam cegos ou fiquem coniventes com esses bárbaros.
Cidadãos. Se vocês estiveram vendo e presenciando atos desses predadores nocivos, não se omitam: – Chamem a polícia!
Harley Clóvis Stocchero é da APL, ALJA, APP, IHG e Centro de Letras do Paraná.