Denize Lucca é um exemplo disto. Em sua propriedade, ela planta repolho, pepino, beterraba, agrião. E daqui a pouco vai começar a trabalhar na safra de feijão e de milho. Parte da produção vai para o irmão feirante. O restante fica para consumo próprio e também para quem procura os produtos na casa dela. A venda ocorre muitas vezes pelo portão. Denize ainda criava galinhas, mas a alergia do filho a fez desistir dos animais. “A tendência nesta região é mesmo a construção de condomínios. Você vê por todo o lado. Fica um pouco enclausurado, mas não tenho a intenção de sair daqui”, comenta.
O bisavô de Denize saiu de Vêneto, na Itália, e imigrou para o Brasil. As tradições italianas ainda estão fortes na vida dela. O pai já trabalhava com a plantação, o que acabou virando o negócio de toda a família. Denize possui um paiol bem no estilo das construções dos imigrantes italianos. Ele foi reformado, mas os traços foram preservados. No paiol estão guardados equipamentos quase que centenários usados pelo pai e outros familiares na propriedade, como uma carroça e até um cortador de palha. Uma verdadeira viagem no tempo. “Tenho orgulho desta herança italiana”, garante Denize, que aprendeu a falar italiano com a “nona”.