“Mensagem gratuita: este telefone está temporariamente programado para não receber chamadas.” A gravação ouvida ao discar para a casa do aposentado Gabriel Machado de Brito dá sinais que ele continua precisando usar o dinheiro, que antes à conta telefônica, para comprar alimentos que deixaram de ser entregues mensalmente pelo programa Vale-vovó, da Prefeitura de Curitiba, para serem distribuídos a cada dois meses. E, de fato ele vai precisar se adaptar a nova periodicidade do envio das cestas.

Procurada na semana passada por O Estado para dar explicações sobre o caso, a Prefeitura se comprometeu a dar uma solução em 24 horas. Mas somente ontem a assessoria da Prefeitura conseguiu o relatório de acompanhamento da situação de Gabriel. O relatório é elaborado periodicamente, pelos técnicos da Fundação de Ação Social (FAS), sobre as condições em que se encontram todos os beneficiados pelo programa.

Cesta bimestral

O relatório mostra que o aposentado permanecerá recebendo as cestas básicas bimestralmente, porque as condições de vida da família de Gabriel mudaram muito desde maio de 2000, quando ele ingressou no programa. Na época, ele tinha uma família composta por dez pessoas. Todos os seus filhos moravam na casa dele. E, por isso recebia uma cesta por mês. Em abril de 2001, ele fez o recadastramento e sua família já estava um pouco menor, com sete pessoas. Mesmo assim, ele continuou ganhando uma cesta por mês. Em outubro de 2002, em novo recadastramento, sua família era composta por três pessoas (ele, a mulher e um filho, portador de deficiência). Por esta razão os técnicos da FAS decidiram que a cesta do programa passasse a ser enviada a cada dois meses. Segundo a Prefeitura, a cesta deve ser encarada como um auxílio, ou seja, um complemento para a alimentação.

Casos de emergência

A prefeitura explica que o Vale-Vovó é um benefício emergencial e não uma assistência vitalícia. Por isso são feitas as visitas pelos técnicos da FAS. O benefício visa também evitar os internamentos de idosos em asilos, por famílias que não apresentam condições financeiras para sustentá-los.

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