De 43.796 inscritos no Processo Seletivo do vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), 1.995 concorrem às cotas raciais, que reserva 20% das vagas para candidatos negros. Este ano, a instituição oferece 5.334 vagas no total. A lista final de aprovados será divulgada no próximo dia 22 de janeiro.
Mesmo que o tema da política de cotas raciais ainda gere polêmica na sociedade e, principalmente, nas universidades, Paulo Vinicius Baptista da Silva, do Nucleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFPR defende a adoção do sistema.
Silva acredita que são necessárias políticas de integração e a falta de informação é que gera desconhecimento e as conseqüentes críticas. Ele afirma que quando um negro reivindica “privilégios”, como o das cotas raciais, move-se reivindicando direitos em um território de não-emancipação.
“As experiências que temos aqui na universidade estão sendo ótimas. Alunos voluntários são treinados para ajudar a esclarecer como funciona o sistema de cotas para quem pretende ingressar na instituição”, diz Silva.
Entretanto, o professor reconhece que ainda não foi atingido o patamar ideal. “Precisamos de instrumentos que causem um impacto mais rápido para diminuir a desigualdade, que continua crescendo. Ainda estamos longe de promover a igualdade, mas podemos ter resultados favoráveis já que cada vez mais universidades estão aderindo”, afirma.
