Feito pra Copa

Centro de segurança que custou R$ 40 milhões é usado de vez em quando

O governo do Estado divulgou que, em breve, câmeras de segurança instaladas em bares, restaurantes e casas noturnas auxiliarão as corregedorias das polícias Civil e Militar em eventuais ocorrências envolvendo policiais. Nos últimos tempos, vários provocaram incidentes em ambientes fechados, na maioria deles valendo-se da função e do porte de arma. Segundo o projeto, as imagens dos estabelecimentos serão direcionadas para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) que será inaugurado (de novo) em agosto.

O CICC, que foi utilizado na Copa do Mundo e em grandes eventos em Curitiba, passaria, então, a ser usado como ferramenta policial, 24 horas. A morte do investigador Nielsen Custódio da Silva, na noite de terça-feira, durante assalto a um restaurante japonês, na Rua Professor Ulisses Vieira, Vila Izabel, veio comprovar que o sistema não será importante apenas para as corregedorias fiscalizarem o comportamento dos policiais.

Fundamental

Passaria a ser importante, também, na identificação de marginais e fundamental para a defesa de cidadãos. Os quatro bandidos que mataram o policial fugiram sem ser identificados. Um sistema de monitoramente em tempo real facilitaria a identificação e o trabalho de buscas a suspeitos.

Integração só no Mundial

Até sua inauguração, em junho de 2014, o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), era considerado um dos grandes legados da Copa do Mundo para o Paraná. Durante o Mundial, a sala do quinto andar da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) virou um verdadeiro QG de segurança na capital, com a integração de 33 entidades e videomonitoramento de mil câmeras espalhadas pela cidade 24 horas.

Porém, depois de 18 de julho de 2014, quando terminaram as operações do Mundial, o Centro, que custou cerca de R$ 40 milhões para o Estado, vem sendo subutilizado. O local está montado, com computadores, softwares, sala para gerenciamento de crises e o imponente videowall, capaz de projetar, simultaneamente, imagens ao vivo de vários locais, mas só é acionado em ações pontuais, como a cobertura das eleições ou situações de crise, longe de seu potencial máximo.

Promessa

A Secretaria da Segurança anunciou que a partir de agosto, mais de um ano depois de sua inauguração, pretende dar um novo início aos trabalhos no CICC, atuando sobre Curitiba e a região metropolitana, com o videomonitoramento com apoio de 2 mil câmeras.

Os equipamentos registrarão imagens internas e externas, de locais públicos e privados, em acordos firmados com bares, restaurantes e shoppings centers.

Parceria esperada

A parceria no monitoramento das imagens era vontade antiga de donos de casas noturnas, conta o presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar- PR), Fabio Aguayo. Em conversas com o atual secretário da Segurança, Wagner Mesquita, já são cerca de 12 casas que vão adaptar seus sistemas de imagem para transmiti-las on-line ao CICC.

“Já existe lei municipal que obriga o monitoramento interno e externo das casas. Para prevenir a criminalidade, deixar o estado olhar dentro de ambientes privados, ajuda”, diz.

O vice-presidente e coordenador do projeto “Centro Vivo” da Associação Comercial do Paraná (ACP), Camilo Turmina, afirma que a conversa com a Sesp tratou de fornecer imagens externas de delitos cometidos perto dos estabelecimentos. “Temos estimulado que os comerciantes instalem câmeras de segurança. Seria bom o reforço do patrulhamento, especialmente à noite”.

Mudanças

O d,estino do Centro foi repensado a cada troca de comando na Sesp, distanciando-se da proposta original, quando cada uma das 12 cidades sub-sede do Mundial receberam financiamento do Ministério da Justiça para investir em um local que reunisse soluções rápidas para situações de violência ou risco para times, torcedores e turistas. A Sesp não detalhou como será o uso a partir do mês que vem.(AB)

É o seguinte!

Se o esquema implantado durante a Copa do Mundo deu certo, por que não mantê-lo? Apostamos que essa pergunta você já se fez várias vezes. Então, está aí. Equipamento existe, falta vontade política pra melhorar a nossa segurança.

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