Centro de Especialidades fecha as portas em Cascavel

O Centro de Especialidades Médicas de Cascavel (Cemec) fechou as portas ontem, deixando moradores de 25 municípios da região sem atendimento com médicos especialistas, como cardilogistas e neurologistas. O problema ocorreu porque a Justiça Federal, a pedido da Receita Federal (RF), bloqueou as contas da instituição devido a dívidas não-saldadas. A esperança dos pacientes é que a situação seja resolvida em uma reunião conciliatória marcada para quinta-feira.

O fechamento agrava a situação de muita gente, já que conseguir uma consulta com médico especialista na região é muito difícil, pois os postos de saúde não fazem esse tipo de atendimento. Conforme a especialidade, os pacientes precisam aguardar entre dois e oito meses.

O presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Paraná (Cisop) – que administra o Cemec -, Edevilson Fabrício, espera resolver o problema na próxima quinta-feira (9). A Justiça Federal vai intermediar um encontro entre o Cisop e a RF. Todo o dinheiro repassado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) está bloqueado e o consórcio não tem como pagar os médicos, funcionários e credores. Segundo Edevilson, até agora, já foram retidos R$ 115 mil, mas a dívida com a Receita é de R$ 1.049.727,66.

Se o dinheiro for liberado, o centro será reaberto e os médicos farão um mutirão para colocar a agenda em dia. O trabalho deve demorar cerca de 15 dias. Mas, mesmo se a RF aceitar um acordo, o problema está longe de ser resolvido, já que a dívida total do Cisop passa dos R$ 5 milhões.

O órgão, porém, não reconhece a dívida. Fabrício diz que elas foram feitas pelo Hospital Universitário (HU), ligado à Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Segundo ele, o órgão tinha um convênio e emprestava o CNPJ ao hospital, que não conseguiu saldar o que devia.

A discussão já dura mais de três anos. Na semana passada, representantes do Cisop estiveram em Curitiba pedindo uma solução ao governo do Estado. O então governador em exercício, Orlando Pessuti, determinou prazo de 15 dias para que a auditoria na Unioeste, que investiga a origem da dívida cobrada do Cisop, esclareça o caso. ?Esse problema vem desde 2002 e até hoje não temos clareza para saber se a responsabilidade é do HU, da Unioeste, do Cisop ou do governo?, disse Pessuti.

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