Após 55 dias de greve, parte dos servidores do Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), voltou ontem ao trabalho normal. Segundo a diretoria do hospital, a greve não chegou a afetar a grande maioria dos serviços prestados pela instituição. Entretanto, durante a paralisação, quatrocentas cirurgias foram adiadas, o que corresponde a 40% do total de procedimentos que deveriam ter sido realizados no período.
“O centro cirúrgico foi o departamento mais afetado: as cirurgias de alguns setores foram mais prejudicadas do que de outros e, daqui para frente, devem ser remarcadas”, explicou o diretor do hospital, Giovani Loddo. “Daremos prioridade a elas, sempre obedecendo o estado clínico dos pacientes. A expectativa é de que tudo seja completamente normalizado dentro de seis ou oito meses.”
Em geral, grande parte dos pacientes também parecem não ter sentido os efeitos da greve. É o caso da dona-de-casa Neuzira Onofre, que ontem foi ao HC para uma consulta. “Precisei dos serviços do HC durante o período de greve e não senti diferenças no atendimento”, contou. “Hoje (ontem) também fui atendida normalmente.”
A greve foi deflagrada com o objetivo de exigir reajuste salarial, mudanças no texto da reforma da Previdência e aprovação de um plano de cargos, carreiras e salários para a categoria. Os servidores conseguiram um reajuste de 15%, dividido em três parcelas ? a primeira a ser paga em dezembro ? e uma correção de cerca de 87% no valor do vale-alimentação. A correção deve ser paga até dezembro do ano que vem.
Segundo o responsável pelo departamento financeiro do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Terceiro Grau de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral (Sinditest), Deuclécio Fernandes, o governo Federal chegou a levantar uma proposta de criação de PCCS, mas o assunto deve ser discutido posteriormente. No total, o HC emprega dois mil servidores públicos federais. De acordo com a assessoria de comunicação da instituição, cem participaram da greve.
