A manhã deste sábado (5) começou como um dia de luta pelo fim da violência contra a mulher e pela igualdade de gênero em Curitiba. A terceira edição da “Marcha das Vadias”, como é chamada, começou na Praça 19 de Dezembro, no Centro, e seguiu em passeata até a Boca Maldita.
O evento, marcado pelo Facebook, com 1.800 pessoas confirmadas na rede social, reuniu centenas de pessoas e reproduz a marcha, que surgiu no Canadá, em 2011. A intenção, segundo os organizadores, é reforçar que as mulheres devem se vestir e ser como quiserem, sem medo de andar na rua e correr risco.
Mariana Raquel Costa, uma das organizadoras da marcha, disse que neste ano um dos focos da marcha é evidenciar os direitos de travestis e transexuais. “Além disso, também defendemos o aborto legal e seguro e vamos aproveitar que neste ano temos eleições para lembrar que apenas 8% das mulheres estão no congresso nacional, isso tem que aumentar”, disse.
A pauta da Marcha das Vadias é bastante diversificada e, além da violência sexual, também trata do feminismo negro e pedem pelos direitos destas mulheres.
História
A Marcha das Vadias começou depois que um policial do Canadá, por causa de uma onda de estupros ocorridos na Universidade de Toronto, foi convidado a orientar às mulheres sobre segurança. O homem teria dito que as mulheres poderiam evitar o estupro se “não se vestissem como vadias”. A frase gerou indignação e diversos protestos, que acabaram na primeira Marcha das Vadias. O movimento se espalhou pelo mundo e, em todos os lugares onde é feito, questiona a cultura de responsabilizar as mulheres em casos de agressão sexual.
Quem são
O termo que intitula a marcha tem uma diversidade de significados, mas todos cruéis. Para o movimento feminista, a atitude de utilizar o termo “vadia” como julgamento de valor é extremamente preconceituosa, sugerindo que existe um modelo conservador de feminilidade que está sendo quebrado. O movimento estimula a leitura diferente e atual do vocábulo. “Vadia virou sinônimo de mulher que luta e não se cala”, diz Jussara Cardoso, uma das organizadoras da “Marcha das Vadias Curitiba”.