A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior deu início a um censo inédito sobre o uso de substâncias psicoativas nas instituições estaduais de ensino superior do Paraná. A etapa piloto do projeto foi realizada esta semana na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), em Curitiba. O objetivo é reunir informações que servirão de base para a elaboração de estratégias de combate ao uso de drogas. Cerca de 100 mil pessoas vão participar da pesquisa, entre alunos, professores e agentes universitários.
A iniciativa da secretaria – sob a responsabilidade do Grupo de Trabalho para Enfrentamento ao Crack e outras Drogas (GT-Drogas) – surgiu da constatação do crescente consumo de drogas lícitas e ilícitas, principalmente por jovens, e da inexistência de um estudo semelhante. De acordo com a coordenadora geral do projeto, a técnica da Universidade Estadual do Oeste (Unioeste) Michelle Sauer, a intenção é definir ações para minimizar as consequências do uso de drogas.
“Acreditamos que será possível ter subsídios para definir medidas preventivas e de tratamento, considerando a realidade de cada instituição e permitindo que o usuário não interrompa a sua rotina de estudo ou trabalho e tenha mais qualidade de vida. É um projeto de longo prazo”, afirma Michelle. O estudo vai identificar quais as drogas mais usadas, a frequência de uso e o segmento mais afetado, entre outros itens.
Projeto piloto
“Apesar de o universo pesquisado nesta etapa piloto ser pequeno, em relação às outras universidades estaduais, a adesão tem sido grande”, comenta Michelle. Ela ressalta que será possível, por exemplo, analisar se as perguntas estão adequadas ao objetivo de conhecer os indicadores sociodemográficos, identificar a prevalência e padrão de uso de substâncias psicoativas da população do estudo e levantar os problemas e o impacto relacionado ao consumo, necessários à definição do plano de ação.
A pesquisa será realizada em todas as universidades estaduais do Paraná. A coleta dos dados será feita por meio de um questionário respondido online e direcionado às categorias de acadêmicos, docentes e agentes universitários. O projeto conta com o apoio da Companhia de Informática do Paraná (Celepar).
Michelle Sauer explica que a participação na pesquisa é voluntária, mas aqueles que não quiserem participar deverão manifestar essa vontade. “As informações serão tratadas com confidencialidade, preservando a identidade do estudante, e utilizadas somente para montar a base de dados”, afirma a coordenadora, lembrando que a participação é fundamental para que seja possível trazer benefícios para a sociedade. Michelle destaca também o esforço da Embap em montar um completo laboratório de informática para a participação nesta etapa piloto.
O Grupo de Trabalho para Enfrentamento ao Crack e outras Drogas (GT- Drogas) foi criado no ano passado e conta com representantes de todas as instituições de ensino superior mantidas pelo Estado. Com reuniões mensais, está dividido em três núcleos: pesquisa, aplicação e publicidade.