Cemitérios de Curitiba só com uma porta de acesso

Desde o último dia 15 de junho, os cemitérios municipais de Curitiba só têm uma porta de acesso. A medida de fechar todas as portas laterais e auxiliares foi tomada pela Secretaria do Meio Ambiente (SMMA) com o objetivo de diminuir os atos de vandalismo, furtos, agressões e assaltos que vinham ocorrendo no interior desses locais. No entanto, muita gente não gostou nem um pouco da mudança e reclama que agora, o acesso aos túmulos ficou mais complicado, principalmente para as pessoas mais idosas.

A maior parte das reclamações surge dos freqüentadores dos cemitérios do Água Verde e do São Fancisco de Paula. No Água Verde, por exemplo, existiam seis portões para dar acesso ao cemitério de 97,8 mil metros quadrados. Agora, só o portão da frente, próximo à administração, está disponível.

A zeladora Antônia Carvalho trabalha há 25 anos no cemitério do Água Verde. Ela conta que a medida, ao invés de trazer tranqüilidade aos funcionários, está gerando mais medo. ?Agora, se a gente se depara com um marginal ou esses maloqueiros bêbados e drogados, nem tem para onde correr?, afirma.

Para o diretor do Departamento de Serviços Especiais da Secretaria do Meio Ambiente e responsável pela administração dos cemitérios, Walmor Trentini, a atitude foi tomada justamente para acabar com a sensação de insegurança que pairava nos cemitérios da cidade. ?Estamos fazendo um acompanhamento desde o início do ano sobre os registros de furto, vandalismo e consumo de drogas. Percebemos que, depois de decidirmos limitar o acesso, houve uma queda em mais de 90% nos registros dessa natureza?, disse.

Segundo Trentini, a grande quantidade de portões fazia com que a administração e os guardas municipais não tivessem controle das pessoas que entravam e saíam dos cemitérios. Agora, com os cadeados fechados, todos precisam passar pelo portão principal. ?No entanto, temos funcionários, em todos os cemitérios, com chaves de todos os portões para abri-los sempre que for solicitado?, disse.

Apesar da cautela da secretaria, os problemas ainda persistem. O túmulo onde está sepultada a mãe do psicólogo Mário Antônio Bueno Gabani foi violado há três dias. O objetivo: roubar as poucas peças de bronze que ainda restavam no local. Para Gabani, a medida tomada pela administração do cemitério não vai resolver o problema. ?Os muros são baixos e as pessoas mal-intencionadas não vão respeitar uma regra tola como esta. Pula-se o muro e pronto. O cidadão é quem sai prejudicado e, se tiver que correr dos bandidos, vai precisar correr por mais de um quilômetro porque não tem outra saída?, afirma. 

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