Para alguns, ele é um instrumento de trabalho. Para outros, um objeto importante para a comunicação. Há também aquelas pessoas que simplesmente não gostam de usá-lo.
Mas na vida dos adolescentes, o celular parece estar cada vez mais presente, seja para a conversa com os amigos, seja para tirar fotos, mandar mensagens e até jogar.
E essa ?necessidade? faz com que muitos deles levem o aparelho para a escola, o que pode acarretar em problemas para os professores, que muitas vezes têm que chamar a atenção do aluno, ou até mesmo para os próprios estudantes, que acabam tendo a atenção desviada no momento em que o celular toca, geralmente com músicas altas e estridentes.
Necessários ou não na vida dos jovens, há pelo menos dois projetos de lei que prevêem a proibição do uso do celular em salas de aula. Um deles é do deputado estadual Nereu Moura (PMDB). O projeto proíbe o uso em toda a rede pública e privada de ensino no Estado. O outro projeto, de âmbito federal, tem proposta semelhante: o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) quer a proibição em escolas públicas em todo o País. O projeto foi apresentado no segundo semestre do ano passado e deve passar pelas Comissões de Educação e de Justiça, para depois (se for aprovado), ser encaminhado ao Senado.
Enquanto os projetos tramitam, os pedagogos acreditam que os estudantes devem ser orientados sobre o uso correto do celular. Para eles, proibir não é a melhor solução. Na opinião da pedagoga e orientadora educacional do Colégio Opet, Simone Rodrigues Valério, o celular é necessário, na medida em é um meio eficiente de comunicação. Porém, é preciso que a escola tenha regras. ?Nós não proibimos, mas também não incentivamos. Pedimos que na sala de aula o aluno coloque seu aparelho no vibra call, para não atrapalhar o aprendizado. Assim estamos educando o jovem para o uso do aparelho fora da escola também. É função da escola prepará-lo para exercer a cidadania?, afirmou Simone.
Simone disse ainda que o manual do aluno dispõe que o celular não consta dos itens necessários para o aprendizado e que, por isso, a escola não se responsabiliza pelo aparelho. Se o aluno infringir as regras é encaminhado à orientação educacional. ?Se houver reincidência, os pais são chamados. Mas nada é radicalizado?, comentou a pedagoga. Assim como no Opet, no Colégio Expoente o procedimento também é o de educar, e não simplesmente proibir. O diretor do colégio, José Luís Amalho, explica que o aluno deve desligar seu aparelho assim que entra na escola. ?Nós fazemos um trabalho educativo com o aluno, trabalhamos com prevenção, ou seja, o orientamos dos benefícios e malefícios do uso do celular no colégio?, afirma.
A Secretaria Municipal de Educação informou que não são registradas ocorrências de uso de celular em salas de aula na rede, uma vez que apenas 11 escolas da cidade oferecem ensino de 5.ª a 8.ª séries. Já a Secretaria de Estado da Educação (Seed) informou que em casos de uso de celular em sala de aula o professor deve seguir o regimento de cada estabelecimento, que proíbe o uso do aparelho.