Foto: Fábio Alexandre

Milhares de pessoas acompanharam as missas e procissões de Corpus Christi.

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Os fiéis lotaram ontem diversas igrejas de Curitiba e a Praça Tiradentes, para as celebrações de Corpus Christi – palavra que vem do latim e significa Corpo de Cristo.

A data é tradicional para os católicos e representa a festa de agradecimento a Jesus Cristo pelo legado que deixou ao seu povo. Também é um dia de adoração pela sua presença entre os fiéis, representada através da hóstia sagrada.

A tradicional celebração de Corpus Christi na Catedral Basílica de Curitiba, na Praça Tiradentes, contou com a participação de milhares de fiéis, ontem à tarde.

O arcebispo de Curitiba, dom Moacyr Vitti, celebrou uma missa e, em seguida, os fiéis saíram em procissão pela Avenida Cândido de Abreu, em direção ao Centro Cívico. A estimativa foi de que 120 mil pessoas participaram das celebrações.

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Segundo dom Moacyr, esta é uma manifestação pública de fé muito importante, que exalta ?a presença real de Jesus Cristo na eucaristia e também de muita gratidão por ele estar presente no meio de nós, sendo o grande alimento para a nossa fé. Não poderia haver maior presente de Cristo, na despedida deste mundo, do que instituir esse sacramento da eucaristia?.

Durante a procissão, foram feitas duas paradas em altares montados na avenida. A primeira foi para a bênção de crianças e gestantes, a segunda, para idosos. No final do trajeto, em frente ao Palácio Iguaçu, dom Moacyr conduziu uma nova bênção, encerrando o evento. Todo o caminho foi enfeitado por um tapete colorido com motivos religiosos.

Fiéis

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A funcionária pública aposentada Arlete Cubas diz que a data tem ?importância total? em sua vida: ?Há muitos anos, ganhei neste dia uma graça importantíssima na minha vida, quando minha filha conseguiu voltar a andar?. Iveth Mazzali, professora aposentada que diz ser católica não praticante, conta que participa das festividades de Corpus Christi porque se sente bem: ?Minha alma fica mais leve, pela música e pelas palavras que ouvimos?.

Na Paróquia Santíssimo Sacramento, no Água Verde, a missa também comanda por dom Moacyr, com a participação dos Arautos do Evangelho, ficou lotada durante a manhã. Fiéis de todas as idades acompanharam o ritual, que teve como ponto alto a procissão pelas principais ruas do bairro. Para o arcebispo, o dia de Corpus Christi é uma data muito especial para os católicos, dedicado à adoração e gratidão. ?É uma forma de manutenção da fé, um caminhar com Jesus?, falou.

A entrada da igreja também estava decorada com um tradicional tapete confeccionado por materiais como serragem colorida e flores. O trabalho foi feito pelo arquiteto aposentado Luiz Fernando Guimarães, que há mais de vinte anos se dedica à igreja. O trabalho foi iniciado às 4h e antes do início da missa, às 8h, estava concluído. ?Faço isso com muito carinho como forma de retribuir tudo de bom que tive na vida?, falou.

Na Paróquia Nossa Senhora das Graças, no Barreirinha, os féis também acompanharam a missa pela manhã. A procissão pelas ruas do bairro aconteceu logo em seguida e foi comanda pelo padre Leocádio José Zytkowski que carregou o ostensório com a hóstia.

Tradição na confecção de tapetes com serragem em toda a capital

Pó de café, trigo, flores, bolinhas de papel, materiais reciclados e diversos pacotes de serragem multicolorida. Munidos com esses materiais, ontem os fiéis de Curitiba deram continuidade à tradição da confecção dos tapetes com símbolos cristãos para a procissão de Corpus Christi.

Eles acordaram cedo e, desde a madrugada de ontem, preparavam os tapetes. No Santuário Nossa Senhora do Carmo, no bairro Boqueirão, aproximadamente 200 pessoas trabalhavam desde a semana passada para produzir o trabalho final. Na rua, o trabalho começou à 1h, ocupando uma extensão de 900 metros por três metros de largura.

Ao longo da Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico, a confecção dos tapetes, que cobriu um percurso de quase 1,7 mil metros, começou às 6h30. Para Sônia Regina da Paz, que minuciosamente separava e ajeitava a serragem nos desenhos, a contribuição é gratificante. ?Venho aqui há três anos ajudar na montagem?, disse.

A organização, porém, começa cerca de duas semanas antes do feriado religioso, com moldagem dos desenhos e separação do material. Foi o que fez o irmão de Sônia, Sérgio Afonso da Paz, um dos responsáveis pela escolha e confecção dos desenhos que ilustraram um trecho do percurso dos tapetes, no início da avenida.

Para a freira Ivana Saldanha, também presente na confecção dos tapetes, este ano é especial pela celebração dos 800 anos do carisma franciscano. ?Para nós, é uma alegria. É um trabalho que une todas as pastorais da paróquia e pessoas da comunidade?, disse ela, que faz parte da Paróquia Santo Estanislau, a Paróquia dos Poloneses.