O Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR) completa hoje 94 anos de atividades com uma trajetória louvável. Do liceu de ofícios artesanais implantando em 1909, está prestes a se transformar na primeira universidade tecnológica do País. Hoje, o Cefet possui seis unidades espalhadas pelo Estado e reúne 13 mil alunos, 1.200 professores e 570 funcionários.

O passo decisivo para que o Cefet se torne uma universidade foi dado na semana passada, quando o ministro da Educação, Cristovam Buarque, esteve em Curitiba assinando a mensagem de projeto de lei para a transição. Agora, o projeto vai ser votado pelo Congresso Nacional.

O diretor da unidade em Curitiba, Cion Cassiano Basso, comenta que a mudança é um grande avanço para a instituição. Quando ela foi fundada, através de um decreto pelo então presidente Nilo Peçanha, se destinava a capacitar pessoas carentes através de atividades artesanais com vime, selaria, entre outros. “Eram os chamados desvalidos da sorte”, fala Cion. Os cursos técnicos só começaram a ser oferecidos em 1943, como a construção de máquinas e motores, edificações, desenho técnico e decoração de interiores.

Ao longo desses anos, a instituição passou por várias modalidades de ensino, começou com o antigo primário, em seguida ginásio, ensino médio, seguindo para a graduação, pós, mestrado e doutorado. Hoje são 40 graduações, quatro cursos de mestrado, um doutorado, ensino médio e cursos de extensão e especialização. O Cefet também foi se expandindo para as cidades do interior. Hoje há unidades em Ponta Grossa, Pato Branco, Medianeira, Cornélio Procópio e Campo Mourão.

Reestruturação

O primeiro passo como universidade será a reestruturação administrativa. A função de diretor será substituída pela de reitor. Também serão criados cargos de vice-reitor e pró-reitorias. Só para cobrir estas mudanças, o Ministério da Educação está incorporando ao orçamento anual, que é de R$ 8 milhões, mais R$ 300 mil. Segundo Cion, não vai haver um aumento direto nas verbas destinadas à instituição, mas agora há têm liberdade e autonomia para captar recursos junto a outros órgãos. Outra vantagem de ser uma universidade é a autonomia para registrar diplomas e para a criação de novos cursos. Até o fim do ano, quatro de graduação devem ser incorporados à nova estrutura, dois na área de tecnologia, um em comunicação empresarial e um em educação física. Também há uma tendência no aumento de cursos de pós-graduação.

Depois das mudanças administrativas, o Cefet pretende abrir para a comunidade a discussão sobre alterações em sua estrutura. Uma delas é a mudança do Conselho Diretor para o Conselho Universitário, além dos regulamentos e regimentos internos. “Hoje os modelos de universidade tecnológicas que temos são de fora do País. O Cefet é bem parecido com instituições francesas e alemãs”, comenta.

Para comemorar a data, o Cefet vai realizar hoje uma série de eventos internos que incluem uma exposição da trajetória da entidade.

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