Cefet discute tecnologia integrada ao ambiente

A integração entre tecnologia e ambiente é o tema do 1.º Ciclo de Palestras e Workshops sobre Tecnologias Sustentáveis do Centro Federal de Educação tecnológica do Paraná (Cefet-PR), que teve início ontem, em Curitiba. O evento está sendo promovido pelo Núcleo de Pesquisa em Tecnologias Sustentáveis (Tecsus) da instituição.

De acordo com Eloy Fassi Casagrande, integrante do Tecsus, a intenção é debater principalmente o modelo de ensino tecnológico brasileiro e propor a abertura de um maior espaço para inserção das questões ambientais. “O erro começa na faculdade: o profissional se forma sem ter uma orientação ambiental”, lamenta. “O engenheiro se forma sem saber o impacto que determinados materiais vão trazer para o ambiente. Esse tipo de conceito só é trabalhado, algumas vezes, na pós-graduação.”

Apesar da exploração de alto impacto no ambiente, ele garante que há incentivos que estão aproximando o setor produtivo dos centros de pesquisa. “A legislação está mais restrita e punitiva. A percepção do consumidor com os custos e com o desperdício está aumentando”, explica.

Para a economista Amyra El Khalili, presidente da ONG CTA e do Projeto CTA-Consultant, Trader and Adviser, eventos como o Ciclo promovido pelo Cefet ajudam o meio acadêmico a informar o mercado e a população que existe uma alternativa ecologicamente correta de produção. “É importante saber que existe uma produção limpa, que explora capacidades locais, que gera renda e empregos sem prejudicar fauna e flora”, ressalta.

Origem

A idéia de criar o Tecsus e realizar o 1.º Ciclo de Palestras e Workshops sobre tecnologias sustentáveis faz parte de estudos na área ambiental, que tem crescido nos últimos anos no Cefet-PR. A instituição criou linhas de pesquisa na área de Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, além de curso de especialização em Tecnólogo em Química Ambiental, modalidade Aproveitamento de Resíduos.

Bambu na construção civil

Guilherme Voitch

O engenheiro Khosrow Ghavami, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio, estuda há mais de 24 anos a utilização do bambu como material de construção. Segundo ele, o caule é um dos materiais mais resistentes da natureza podendo ser usado em praticamente todos os tipos de edificação. “É mais eficiente que o aço, por exemplo. E bem mais barato”, explica.

Para o professor que é presidente da Sociedade Brasileira de Materiais e Tecnologias Não-convencionais, existe um forte desconhecimento das grandes empresas do setor da construção civil e do governo sobre o material. “O bambu foi aplicado recentemente na Costa Rica em um grande programa de habitação popular. Aqui no Brasil não há um aproveitamento dessas potencialidades”, lamenta.

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