Quatrocentos trabalhadores ligados à reciclagem em Londrina, região norte do Paraná, entraram em greve na manhã de ontem. A categoria alega que os serviços de recolhimento foram paralisados em toda a cidade pela ausência de valorização aos produtos recicláveis e falta de apoio por parte da administração municipal.
Caso a situação continue assim, as 25 organizações não governamentais (ONGs) que colaboram com o serviço na cidade cogitam o encerramento das atividades. Ao todo, 120 toneladas de recicláveis são recolhidas diariamente pelos coletores.
Segundo a presidente do Conselho das Organizações dos Profissionais da Reciclagem dos Resíduos Sólidos de Londrina (Cepeve), Sandra Araújo, houve redução muito alta no valor pago pelo material este ano.
“Uma caçamba de material reciclável bruto, que já foi comercializada por R$ 700, hoje é vendida por R$ 200. O quilo de sucata rendia aos coletores R$ 0,18; hoje, não é vendido por mais de R$ 0,05”, exemplifica. A queda dos preços também atingiu o quilo da latinha de alumínio. Antes um quilo valia R$ 4; agora, é comprado por R$ 2.
O excesso de ofertas é um dos fatores que contribuem para o baixo preço. “Se tivéssemos apoio da administração durante o ano poderíamos nos preparar melhor para esta época. Desde 2006 enfrentamos essa crise entre dezembro, janeiro e fevereiro”, diz Araújo. O conselho reivindica, ainda, mais organização na estrutura municipal que apoia os coletores e subsídios para as atividades.
De acordo com o coordenador de coleta seletiva da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) da Prefeitura de Londrina, Devair Almeida, será feita uma reunião hoje entre membros dos grupos e da prefeitura para discussão das propostas da Cepeve. “Caso a prefeitura tenha condições, iremos ajudar os trabalhadores”, afirma.
