Um cadastro nacional de catadores de materiais recicláveis já está funcionando na internet. A iniciativa de desenvolver o site foi da Itaipu Binacional, que desde 2003 conta com o projeto Coleta Solidária, com o intuito de conhecer, unir e desenvolver as atividades desse profissional. O endereço eletrônico para os catadores que quiserem fazer o cadastro é http://cncmr.hidroinformatica.org.
O sistema foi desenvolvido pelo Centro Internacional de Hidroinformática (CIH), em cooperação com a Diretoria de Coordenação e a Coordenadoria de Energias Renováveis de Itaipu.
A entrega do sistema foi realizada na semana passada. Há também a parceria com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). Como explica o gestor do projeto Coleta Solidária, Luiz Carlos Matinc, a ideia é não só obter o cadastro, mas transformar o site em um local de troca de informações e experiências para a categoria, em todo o País. Já há pessoas cadastradas do Brasil inteiro.
“O catador vai poder saber os valores do material que ele trabalha, mas isso é só um exemplo. O site possibilita troca de experiências e a possibilidade de transformar a visão que as pessoas têm do catador, hoje, que é de “coitadinho’. Já não é mais assim; agora, eles são uma categoria organizada, profissionais que desenvolvem suas atividades como todos os outros”, afirma. O site também vai permitir que a categoria acompanhe o desenvolvimento da frota de carrinhos elétricos desenvolvidos pela Itaipu e pelo MNCR.
De acordo com o coordenador técnico do CIH, Gláucio Roloff, o sistema permite o cadastro nacional e o georreferenciamento das atividades dos catadores, e também promove a chamada “inteligência geográfica”.
As utilidades são múltiplas. “Além de permitir localizar cooperativas, determinar as melhores rotas para os catadores, evitar a sobreposição de territórios e definir os melhores pontos para a implantação de novos galpões, ele ainda pode ajudar na gestão da frota dos carrinhos elétricos”, explica Roloff.
Segundo a Itaipu, o número de catadores organizados por cooperativas, associações ou grupos e devidamente cadastrados chega a 40 mil em todo o País. O número é pequeno se comparado à estimativa de quantos catadores existem no Brasil: 800 mil.
