O prefeito Cássio Taniguchi apresentou ontem, em coletiva à imprensa, no auditório do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a proposta de criação do Eixo Metropolitano da Rede Integrada de Transporte (RIT), que deve passar por 23 bairros e substituir o projeto de implantação do metrô.
A idéia é aproveitar estudos realizados em 1998 e utilizar biarticulados na BR-116, que deve ter o tráfego de veículos pesados reduzido devido à inauguração dos contornos Sul e Leste. Três novas linhas, com alcance metropolitano, serão implantadas ao longo dos 25 km de extensão da BR: a primeira deve ligar os terminais CIC-Sul e Maracanã ? localizado no município de Colombo ? com 25 km de extensão; o segundo, o terminal Maracanã à estação central, com 11,8 km, e o terceiro o terminal CIC-Sul à estação central, com 16,2 km.
Ao todo, serão construídas dezesseis estações intermediárias e três terminais, sendo um central. Cada estação ficará localizada a um quilômetro da outra. Os biarticulados devem transitar por uma canaleta central exclusiva, ainda a ser construída, e os veículos por pistas laterais. “No leito da rodovia, há espaço para a implantação de um parque linear, com arborização e paisagismo ao longo de todo eixo, que irá embelezar a BR”, informa Cássio.
O protótipo dos biarticulados a serem utilizados devem ser elaborados pela Volvo, que está começando a desenvolver o projeto dos veículos. Os novos ônibus irão utilizar propulsão diesel-elétrica que, segundo o prefeito, garante mais desempenho, economia e menos poluição. O conceito é o mesmo das locomotivas: um gerador a diesel produz energia para alimentar um motor elétrico.
A velocidade média será de 30 km/h, a mesma do metrô, sendo que a expectativa é de que o percurso entre o terminal CIC-Sul e o central possa ser feito em um período médio de 15 minutos.
O sistema deve atender 12 mil pessoas por hora em ambos os sentidos (CIC-Sul?Maracanã e vice-versa). Porém terá capacidade para 25 mil passageiros, podendo ser aumentado de acordo com a demanda. “O sistema é considerado muito bom e vai resolver os atuais problemas de transporte coletivo”, declara Cássio. “Vai principalmente desafogar o eixo sul (Pinheirinho?Centro), que é o que apresenta o maior carregamento e está mais próximo da saturação, garantindo confiabilidade, rapidez e eficiência.”
A expectativa é que o projeto seja implantado dentro de dois anos. Ele está orçado em US$ 36 milhões, e os recursos estão sendo negociados com o Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), ligado ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A princípio, a dívida será assumida pela Prefeitura. Porém Cássio deve viajar a Brasília nos próximos dias e ainda há possibilidades de o governo federal assumir uma parte, o que contribuiria para que o valor da tarifa de ônibus não fosse alterada. O financiamento será de 15 anos, com juros de 3% ao ano. O período de carência irá corresponder ao período de implantação do projeto.
Obras previstas:
? Pavimentação ? 25 km de canaletas exclusivas e 25 km de pistas laterais
? Transposição em desnível – cinco trincheiras, quatro viadutos e oito passarelas para pedestres
? Estações de embarque e desembarque
? Ciclovia ? 50 km (25 km em cada sentido)
? Paisagismo (900 mil m2) e construção de passeio para pedestre (100 mil m2)
? Sinalização semafórica, horizontal, vertical e indicativa
? Iluminação complementar
Fonte: Prefeitura de Curitiba