O registro de dois casos confirmados e sete suspeitas de leishmaniose no Borba Gato, zona sul de Maringá, levou a Secretaria Municipal da Saúde a alertar moradores locais sobre a necessidade de medidas preventivas contra o mosquito flebótomo, que transmite a doença. A leishmaniose se manifesta por feridas na pele, que costumam aparecer de 10 dias até 1 ano após a picada do mosquito contaminado pelo protozoário leishmânia.
Os casos foram detectados depois que pacientes procuraram o Posto de Saúde do Jardim Iguaçu com sintomas da doença. A 15.ª Regional de Saúde, responsável pelas ações de controle, foi notificada a inspecionar a área. Após instalar armadilhas noturnas na região, os técnicos capturaram 1.037 flebótomos. Cerca de 77% dos insetos foram coletados em casas próximas à mata, 13% dentro da mata e apenas três exemplares nas residências distantes.
O flebótomo vive em áreas de florestas tropicais e locais úmidos. Próxima à mata do Borba Gato, os técnicos verificaram a presença de lixo doméstico e excesso de umidade, condições que favorecem a proliferação do inseto.
Os exames para detectar a doença são feitos no Centro Regional de Especialidades (CRE). A Regional está distribuindo panfletos educativos e pede aos moradores que retirem o lixo de quintais e terrenos, evitem o acúmulo de matéria orgânica (folhas, frutos, comida), canalizem o esgoto doméstico para fossas ou rede de esgoto, mantenham apagadas as luzes externas, ponham tela fina nas janelas e usem repelentes nas partes descobertas da pele.
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos fará amanhã mutirão de limpeza de entulhos no Borba Gato. A Secretaria de Meio Ambiente também vai notificar os moradores sobre a obrigação de eliminar o lixo dos quintais.
Em Maringá, a saúde pública registrou 99 casos de leishmaniose entre 2000 e 2003. A grande maioria é de moradores que adquiriram a doença em matas próximas ao Rio Ivaí, onde a leishmaniose é considerada endêmica.