A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba registrou no ano passado 50 novos casos de hanseníase, doença que tem tratamento gratuito pela rede pública e é curável. Ao todo, o município teve 60 casos tratados em 2006, o que resulta num coeficiente de prevalência de 0,34 por 10 mil habitantes.
O número é um dos mais baixos do País e considerado excelente pelos padrões do Ministério da Saúde (MS), que estabelece como critério para o controle da doença numa localidade alcançar um coeficiente igual ou inferior a um caso para cada 10 mil habitantes.
Para as equipes de saúde, o número é um bom motivo para ser lembrado no próximo domingo, Dia Mundial de Combate à Hanseníase. No município, a campanha foi antecipada e feita no mês de novembro do ano passado. ?E o resultado foi muito bom?, afirma a diretora do Centro de Epidemiologia da SMS, Karin Luhm. ?Além da reciclagem, pela qual passaram 550 profissionais médicos e enfermeiros, e sensibilizações para os agentes comunitários de saúde e auxiliares de enfermagem, todas as unidades participaram das ações de intensificação para diagnóstico precoce da doença?, disse.
Após a semana de intensificação do diagnóstico precoce, as ações foram incorporadas à rotina das unidades de saúde. ?Nosso profissionais estão capacitados para identificar e tratar a doença. É importante ainda que o paciente se sinta acolhido e não discriminado?, destaca.
Ação
A campanha de identificação de novos casos foi a etapa final da reciclagem feita nos meses de setembro e outubro de 2006. O objetivo foi o de alertar a população sobre os sinais da doença. Além da atuação das equipes, a campanha foi divulgada por meio de cartazes fixados em ônibus e nas unidades de saúde, e distribuição de 50 mil folhetos orientando a população para que pessoas com manchas na pele, com diminuição da sensibilidade, procurem uma unidade de saúde para uma avaliação.
?A diminuição de casos da doença faz com que os médicos e a população não lembrem da hanseníase. Por isso é importante reciclar os profissionais da área e manter a população informada?, alertou Karin. A maior incidência da doença acontece nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. O Paraná apresenta incidência média e, Curitiba, baixa, considerada controlada. Em 2005 foram registrados 59 novos casos na cidade.
A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo bacilo de Hansen (Mycrobacterium leprae), e que quando não diagnosticada e tratada precocemente pode levar à deformidades nas mãos, pés e orelhas. (SMCS)