Dos 23 hóspedes do Albergue André Luiz, em Cascavel, no Paraná, 11 são da Guiné e todos eles conheciam Souleymane Bah, de 47 anos. Eles estão entre as 163 pessoas que são monitoradas na cidade, apesar do resultado negativo do primeiro exame de Bah – o grupo inicial era de 68 pessoas. A cidade ficou mais tranquila com a notícia sobre o quadro de saúde do primeiro suspeito de ter Ebola no Brasil.

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Uma equipe da Secretaria Estadual da Saúde esteve na noite de ontem no albergue em busca de informações sobre os três compatriotas de Bah que viajaram com para o Brasil no dia 19 de setembro e que estiveram em contato com o suspeito de ter Ebola. A visita, acompanhada pela reportagem, teve ainda como objetivo monitorar outros cidadãos do país africano hospedados no local.

Os técnicos fizeram uma série de perguntas para o grupo de hóspedes. Questionaram os africanos se eles haviam apresentado febre e se tiveram contato com pessoas infectadas pelo Ebola em seu país de origem. Todos negaram qualquer sinal da doença e disseram que não conheciam ninguém que tenha ficado doente na Guiné. Os três homens que viajaram com Bah não estavam no local. A equipe da secretaria apurou que dois deles se mudaram no dia 7 para Toledo, a cerca de 40 quilômetros de Cascavel, onde encontraram emprego. O outro colega de Bah não apareceu no albergue também desde o mesmo dia, mas os seus compatriotas não souberam informar onde ele está vivendo.

Para conseguir se comunicar com o grupo, que só fala francês, as duas técnicas da secretaria tiveram a ajuda de um médico haitiano que participa do programa Mais Médicos. Ao final das perguntas da equipe, foi reiterada a informação para que todos os hóspedes verifiquem a temperatura diariamente pelos próximos 21 dias.

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No albergue, a notícia de que o primeiro teste de Bah deu negativo tranquilizou os demais imigrantes vindos da Guiné. “A gente ficou muito assustado com essa possibilidade. Acho que, com esse resultado, é quase certo que deve ser outra doença”, disse o comerciante Sow Abdoul, de 35 anos, um dos compatriotas de Bah hospedado no local. As autoridades locais também receberam com otimismo o exame. “O resultado negativo dá mais tranquilidade para os profissionais de saúde e também para a população que andava apreensiva com relação ao Ebola no município. Agora é esperar a divulgação do segundo exame”, afirmou o chefe da 10.ª Regional de Saúde de Cascavel, Miroslau Bailak.

A orientação das autoridades de saúde é para que as pessoas monitoradas fiquem em casa. “No entanto, a possibilidade de contágio é considerada muito baixa, pois o Ebola não é transmissível pelo ar, mas pelo contato com o sangue, fluidos corporais do paciente ou então por objetos infectados”, explicou a médica infectologista da 10ª Regional de Saúde, Lilimar Mori. Segundo o secretário de Saúde Cascavel, Reginaldo Andrade, entre todos que ficaram isolados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasília II onde Bah foi atendido, havia 30 funcionários, 24 pacientes e 14 acompanhantes. “Só que fomos rastreando todas as pessoas que podem ter tido contato com pessoas que passaram pela UPA antes de a unidade ser fechada. Entraram na lista familiares, amigos, pessoas que tiveram contato com quem esteve no local, por isso o número cresceu”, explica o secretário. (Colaborou Miguel Portela)

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