Clima de fim de festa paira sobre o setor de bares e restaurantes. Os custos do negócio, segundo a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) do Paraná, aumentaram 30% desde a tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que motivou investimentos em qualificação e segurança dos estabelecimentos. Ao mesmo tempo, movimento e faturamento caíram em torno de 20%, por vários motivos: falta de segurança e infraestrutura de transporte público e táxis em horários e na quantidade compatíveis às necessidades dos frequentadores que respeitam a Lei Seca.

continua após a publicidade

Com esse gargalo, segundo a Abrabar, pelo menos 12 estabelecimentos com capacidade acima de 100 pessoas estão à venda em Curitiba. “Estamos sendo sufocados. O empresário do setor investiu mais, mas não teve contrapartida do poder público. Não há incentivo para continuar o negócio que perde clientes pela falta de segurança e de transporte público. Para piorar, há uma série de projetos de lei que vem surgindo por causa de Santa Maria cujos autores nem se dão o trabalho de ouvir o setor”, contesta o presidente da Abrabar, Fabio Aguayo. A partir de hoje, serão espalhados cartazes que alertam para isso: “Curitiba e o turismo não podem parar. Nós queremos transporte alternativo e táxis já, com critérios, transparência e agilidade!”

Problemas

A situação se repete em todo o País. A Confederação Nacional do Turismo já se articula para encaminhar uma série de reivindicações ao governo federal, entre elas a desoneração da folha de pagamentos do setor. Outra pedra no caminho dos empresários é o percentual cobrado pelas operadoras de cartões de crédito. Segundo a Abrabar, hoje 70% dos clientes pagam com cartão, reduzindo ainda mais a margem de lucro. “Estamos diante da crise. As pessoas que antes saíam cinco vezes na semana, hoje, reduziram para duas e estão empurrando a conta para frente. Se o governo não fizer a sua parte, mais gente em todo o País vai desistir do negócio”, teme Aguayo.

continua após a publicidade