Após abrigar famílias tradicionais, o local vai se tornar restaurante. |
A Rua Comendador Araújo, no Centro de Curitiba, vai ganhar mais um casarão restaurado. Ele foi construído em 1880 em estilo clássico e por alguns anos ficou abandonado. O local, que já abrigou famílias tradicionais, vai ganhar vida mais uma vez, sendo usado como restaurante pelo Hotel Íbis, que vai ser inaugurado em março do próximo ano.
O engenheiro técnico responsável, Rodrigo C. Wengerkiewicz, conta que foi feito um estudo no local e todas as características originais que puderam ser apuradas vão ser preservadas. Agora, está sendo feito o levantamento da pintura original. Por enquanto, notam-se cores escuras e desenhos no alto das paredes. Algumas das janelas e portas vão ser substituídas por modelos originais. As que não puderam ser indentificadas, vão ser trocados por elementos neutros àquela arquitetura. As paredes da construção são de tijolo maciço, mas algumas do interior foram feitas com a técnica conhecida como stuque. A parede era feita com tábuas verticais, sarrafos na horizontal e depois rebocada e pintada. Hoje em dia a técnica foi abandonada porque facilita a proliferação de fungos. Para começar os trabalhos de restauro os engenheiros esperam autorização da prefeitura de Curitiba. A casa foi tombada como Patrimônio Histórico pela Prefeitura e pelo estado.
História
Segundo informações da Casa da Memória, o casarão foi construído pelo engenheiro Monteiro de Carvalho, a pedido de um imigrante alemão. Na época, a rua era conhecida como Rua do Oceano Pacífico e depois Rua que Leva para o Mato Grosso (assim chamada por ligar o centro da cidade à estrada em direção àquele Estado), e passava por um período de expansão.
No ano de 1930, Marcelino Nogueira Júnior comprou a casa com a intenção de dá-la de presente de casamento para a filha, Amália Nogueira Pinto Nauffal, e ao genro, José Francisco Nauffal. Alguns anos depois o casal ampliou a residência, acrescentando a ela uma sala com lareira e uma cozinha. Após a morte dos dois, a casa foi herdada pela filha do casal Tereza Maria Nauffal de Azevedo. Em 1998 foi comprada pela construtora Laguna.