O amor pelos animais foi levado ao extremo por Luiz e Inês. Começaram alimentando um cachorro que ficava no portão de casa, pegaram filhotes abandonados e salvaram cães perdidos. Hoje, mantêm 82 cachorros. Mas já não há espaço suficiente e os gastos superam o orçamento do casal. Eles não querem abandoná-los, por isso pedem ajuda para construir um espaço próprio para os bichinhos e comprar rações.

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Luiz Roberto Fagundes dos Reis, 49 anos, e Inês Aparecida de Oliveira Matos, 53, moram em uma casa na região central de Campina Grande do Sul há 17 anos. Eles tinham três cachorros em casa quando, há nove anos, começaram a cuidar de Vida, vira-lata que vinha até a frente da casa deles para ganhar comida. Certo dia Inês flagrou um garoto chutando a cadela na rua e, desde então, ela fica portão adentro.

O grande número de animais abandonados na rua fez com que o casal abraçasse a causa. “Aqui em Campina tem muito abandono, é um descaso total e a gente vê direto cachorros na rua”, conta Inês. Mas ela reforça: “não estamos mais pegando nenhum cachorro, não temos mais espaço”.

Quando estavam com quase 40 animais em casa, Luiz ganhou uma chácara que veio com mais 50 cachorros abandonados de brinde. “Se deixássemos lá eles iam morrer”, comenta Luiz. Eles querem construir um grande canil na chácara e assim cuidar da grande maioria dos cães lá, para não incomodar os vizinhos. “Vamos ficar só com os mais velhinhos aqui”, diz Inês.

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Só rações custam R$ 1,5 mil

De acordo com Luiz, o gasto mensal somente com ração é de cerca de R$ 1,5 mil. Além disso, há também custo de remédios para vermes, antipulgas e outros cuidados eventuais com os cachorros. Muitos vieram da rua com problemas de ouvido, de coluna e outras doenças que exigem tratamentos específicos. Luiz é marceneiro e conta que o que ganha com o serviço não possibilita que ele pague a construção do canil e está complicado também para comprar as rações. “Se o serviço estivesse ’bombando’ eu não ia pedir”, lamenta. Inês destaca ainda que mesmo com as dificuldades os animais não deixam de ser bem tratados. “A gente pede ajuda, mas não deixa eles passarem fome”.

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Doação com seleção rigorosa

Luiz e Inês sabem o nome de todos os 82 cachorros e lembram a história de como cada um chegou até eles. Por isso, a seleção para quem quer adotar um dos bichinhos é rigorosa. “Somos chatos para doar, de preferência tem que morar perto de casa para que a gente possa acompanhar; ter casa própria, porque quem aluga costuma abandonar; e não doamos os velhinhos”, explica Inês. Todas as fêmeas foram castradas e alguns machos também.

Luiz se emociona ao falar dos seus cachorros. “Tenho prova do amor deles todos os dias: quando eu saio os cachorros choram”, relata. “Ficamos nessa situação porque praticamente nos impuseram. A gente tem a obrigação de não ficar indiferente”, desabafa.

Quem quiser ajudar Luiz e Inês pode entrar em contato pelo telefone: (41) 3676-2908.

 

Aliocha Mauricio
Luiz conhece cada um dos 82 bichos pelo nome.