A Casa do Estudante Universitário (CEU), após 59 anos de fundação, vai passar por sua primeira reforma geral.
O espaço abriga, atualmente, 270 estudantes de cursos superiores em universidades e faculdades, públicas ou particulares, em Curitiba.
A CEU possui sérios problemas estruturais e que estão expostos para quem quiser ver. As obras vão durar dez meses.
O presidente da Fundação Casa do Estudante Universitário do Paraná, Jeulliano Pedroso, conta que 40 quartos da casa estão fechados por falta de condição de habitação.
?A condição de muitos quartos é insalubre. Não dá nem para um cachorro viver lá?, compara. Em todo o prédio há problemas nos sistemas elétrico, hidráulico e telefônico. Os cabos para acesso à internet, por exemplo, estão pendurados pelos corredores.
Foram colocados de maneira improvisada nos últimos anos porque os moradores precisam dessa ferramenta para os estudos. Além disso, é possível verificar facilmente problemas em pilares, paredes, portas e esquadrias, entre outros.
Todos os moradores da casa são de fora de Curitiba. A maioria do interior do Paraná. São estudantes que não têm condições de arcar com as despesas usuais de uma moradia na capital. Os escolhidos passaram por seleção e entrevistas para poderem morar na CEU. Um dos critérios é saber conviver em grupo. Em cada quarto moram dois estudantes. Os banheiros e a cozinha são coletivos.
Cada morador paga cerca de R$ 150 por mês para a manutenção do prédio, pagamento de funcionários e de contas de luz, água e gás. Alguns moradores possuem bolsas para morar na casa. É o caso de cem alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que fez convênio com a fundação que administra a casa e paga as despesas dos estudantes.
O estudante Habib Georges, do curso de Engenharia Civil da UFPR, mora há seis anos na CEU. Ele veio de São Paulo e optou por ficar na casa por ser mais barato do que alugar um apartamento. ?A casa está precisando muito dessa reforma. Apesar da obra trazer transtornos, vai valer a pena?, afirma.
Hoje, a Fundação Casa do Estudante Universitário do Paraná e a Prefeitura de Curitiba – que vai promover a reforma – se reúnem para definir o cronograma de obras e quais as prioridades. Os moradores devem pedir para que os quartos sejam reformados no período de férias, quando a maioria dos estudantes volta para suas cidades de origem.
As obras vão custar cerca de R$ 3,7 milhões de reais, com recursos de potencial construtivo. Após a reforma, a capacidade da casa será de 480 moradores. A CEU foi inaugurada em 1956 pelo então presidente da República Juscelino Kubitschek.
