Dirigentes municipais participaram
do encontro no auditório do Cietep.

Proporcionar à população de baixa renda moradias de alta qualidade construtiva e baixo custo é o objetivo do projeto Casa Fácil 1.0 – Moradia para Todos, apresentado ontem no auditório do Cietep, em Curitiba. Participaram do encontro dirigentes municipais da região Sul e representantes de empresas que apóiam a iniciativa, que é do Programa Construbusiness: UFPR, PUCPR, Câmara Estadual da Indústria da Construção (Ceic), Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), entre outras.

Segundo o coordenador do Construbusiness Paraná, Eliel Lopes Ferreira Júnior, a proposta do Casa Fácil 1.0, desenvolvido segundo o conceito do carro popular – daí o nome 1.0 -, é projetar casas de 30 até 42 metros quadrados feitas com kits de materiais de construção, cujos custos não ultrapassem R$ 7 mil. “A idéia é que as moradias sejam voltadas para as famílias que ganham entre zero e três salários mínimos mensais”, afirma Eliel.

Do valor total das casas populares, 43,61% correspondem a impostos. Destes, 20,79% são incidentes sobre a folha de salários. Eliel acredita que, devido a isso, é necessária a desoneração das áreas de produção de bens de uso intensivo de mão-de-obra, nas quais se encaixa a construção civil e a oneração de setores de usos intensivos de capital. Com isso, seria possível aumentar o tamanho das residências pelo mesmo preço ou diminuir ainda mais os custos das construções populares entre 30 e 42 metros quadrados.

Na opinião do gerente regional da ABCP Sul, Carlos Roberto Giublin, a cadeia produtiva da construção civil está capacitada para fornecer materiais e tecnologia para fazer das casas populares uma realidade em todo o País. O que falta são “financiamentos, vontade política e planejamentos a longo prazo.”

Protótipos

Dentro da programação, os participantes do evento realizaram visitas a três protótipos do Casa Fácil 1.0 construídos no Centro Politécnico da UFPR e cinco construídos no Bairro Novo, que devem ser utilizados por moradores assim que a Cohab tiver condições de comercializá-los.

Nos protótipos foram utilizadas quatro tecnologias já disponíveis no mercado: alvenaria estrutural, concreto celular, placas e blocos intertravados.

CEF

Também compareceu ao Cietep o gerente nacional em parcerias de desenvolvimento urbano Luiz Felipe Torelly, em atividade na Caixa Econômica Federal (CEF), que pode vir a ser uma das possíveis financiadoras do Casa Fácil 1.0. Luiz Felipe foi ao encontro para conhecer o projeto. “Soluções para baratear custos de moradias de qualidade são sempre bem-vindas”, diz. “É importante que as tecnologias de projetos populares sejam compatíveis com o que já existe no mercado e possibilitem ampliações por parte dos usuários.”

Ministério implantará projeto

Cintia Végas

Durante a apresentação do Casa Fácil 1.0, os presentes puderam assistir à palestra do vereador de São Paulo e coordenador do Projeto Moradia, Nabil Bonduki. O estudo, que foi tema da palestra, é do Instituto de Cidadania, que era coordenado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo Nabil, o projeto apresenta propostas e estratégias para enfrentar o problema habitacional brasileiro nos próximos quinze anos. Ele deve ser implantado pelo próximo governo e realizado através do Ministério das Cidades, que também ainda deve ser criado para articular políticas urbanas habitacionais, de saneamento e transporte.

A idéia é equacionar o déficit habitacional brasileiro, que hoje é de 6,6 milhões de moradias. Em médio prazo, a intenção do projeto é criar um Sistema Único de Habitação, financiado com recursos do FGTS, do mercado e orçamentos municipais, estaduais e federal. “O objetivo é se trabalhar com visão nacional articulada e com a descentralização da execução do projeto”, afirma Nabil.

Assim como o Casa Fácil 1.0, o Projeto Moradia também prega o desenvolvimento de produtos que reduzam os custos da habitação.

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