Casa da Estudante Universitária comemora 50 anos

A Casa da Estudante Universitária de Curitiba (CEUC), localizada na Rua General Carneiro, no centro de Curitiba, completa 50 anos de existência no sábado. Fundada em 21 de agosto de 1954, o local hoje abriga 108 meninas que vieram do interior do Paraná, de outros estados e mesmo de outros países para estudar na Universidade Federal do Paraná.

O prédio onde funciona a sede pertence à própria universidade, que arca com as despesas de água e luz do local. Cada moradora paga uma mensalidade de R$ 25, dinheiro utilizado no pagamento de dois funcionários, na compra de gás e de produtos de limpeza. “Também contamos com um alojamento, com espaço para vinte pessoas, no qual os hóspedes pagam diárias equivalentes a R$ 50 mensais”, conta a atual presidente da casa, Angélica Vieira Varejão, de 20 anos, que chegou ao local há um ano e meio e cuja família mora em Taubaté (SP). “O alojamento é pequeno, mas isso também ajuda a compor as despesas.”

Para morar na casa, a menina deve obrigatoriamente estar matriculada na UFPR, pertencer a uma família de baixa renda com residência fora de Curitiba e ter bons antecedentes criminais. As interessadas em uma vaga também precisam apresentar alguns documentos, como imposto de renda dos pais e, imediatamente, se integrar a um dos sete departamentos existentes dentro da casa.

“Temos um estatuto com normas da casa que não permite, por exemplo, que homens passem a noite no lugar”, explica Angélica. “Esse estatuto é dividido em sete departamentos: alimentação, alojamento, obras e melhoramentos, higiene e saúde, pessoal, social e cultural. Todos eles possuem uma diretora e uma conselheira. É obrigatório que cada moradora se integre a um deles.”

Sustento e amizades

A casa tem oito andares. No primeiro, há uma sala de estudos e TV. No segundo, está o alojamento, uma cozinha coletiva e a sala da diretoria. Do terceiro ao oitavo andares estão os quartos, utilizados por três pessoas. “A existência da Casa da Estudante é o que possibilita que muitas meninas, que não possuem condições financeiras de pagar um aluguel, possam concluir uma faculdade”, comenta Angélica, que cursa Terapia Ocupacional. “Eu mesma, se não pudesse morar na casa, não teria como me sustentar para estudar em Curitiba.”

Outra vantagem do lugar, segundo a moradora e estudante de Biologia Gabriela Almeida Silva, que também tem 20 anos e família em São Paulo, são as amizades conquistadas. A companhia de outras estudantes, que geralmente passam pelos mesmos problemas e dificuldades para se manter na capital, acaba amenizando a saudade dos familiares. “A gente cria vínculos afetivos muito grandes dentro da casa. Eu, por exemplo, só vejo minha família duas vezes ao ano. Graças à companhia de outras moradoras, nunca me sinto sozinha.”

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