Carteiros sofrem com os cachorros

Os cães são os maiores inimigos dos carteiros. O profissional Luiz Antônio Zanca, de 41 anos, que entrega correspondências na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) é a prova disso. Ele já foi atacado por cachorros sete vezes e, há alguns anos, teve que ficar afastado do trabalho cinco dias em função de uma mordida que levou na perna esquerda.

“O cão que me atacou estava solto na rua. Ele avançou e eu não tive como escapar. A mordida não me deixou grande cicatriz física, mas abalou bastante meu emocional. Toda vez que passo pelo local onde ocorreu o ataque lembro do medo que senti e fico bastante tenso”, comenta.

A situação vivenciada por Luiz Antônio foi grave. Porém, não foi a única. No Paraná, segundo os Correios, que estão desenvolvendo uma campanha educativa com o objetivo de reduzir ataques caninos a carteiros, o número de entregadores feridos por cães tem aumentado ao longo dos últimos anos. Em 2006, foram registrados 176 ataques, o que corresponde a uma média de 14,6 a cada mês. No ano passado, o número subiu para 223 (18,5/mês). Este ano, só até julho, foram 137 casos (19,5/mês).

“Os números são referentes a casos registrados, em que os carteiros sofreram algum tipo de ferimento. Entretanto, acreditamos que a quantidade de ataques seja bem maior. Muitas vezes, os funcionários não comunicam as ocorrências porque não se machucaram ou apenas tiveram arranhões leves”, informa a gestora da área de Medicina e Segurança do Trabalho dos Correios do Paraná, Rose Maria Manosso.

Em Curitiba, as regiões onde são mais registrados ataques caninos a carteiros são CIC, Bairro Novo, Portão e Santa Cândida. Em relação aos ferimentos gerados, 61% ocorrem nas mãos e braços.

Os Correios iniciam neste mês uma campanha educativa com a população dos Estados com maior incidência de acidentes dessa natureza: Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, São Paulo e Paraná, além do Distrito Federal.

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