Foto: Aliocha Mauricio |
Agência na Marechal Deodoro, em Curitiba: paralisação gerou atraso de pelo menos 800 mil correspondências por dia. continua após a publicidade |
Após cinco dias parados, os carteiros voltaram ao trabalho ontem em todo o Paraná. A greve, que terminou no último sábado, gerou atraso na entrega de pelo menos 800 mil correspondências por dia parado, segundo os Correios, que estimam a normalização das entregas até amanhã.
Já o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios no Paraná (Sintcom-PR) afirma que a greve gerou atraso na entrega de pelo menos 1,5 milhão de correspondências por dia e avisa que os carteiros não farão horas-extras para agilizar o serviço, contrariando o que garantem os Correios.
A greve afetou principalmente o setor de distribuição. De acordo com o Sintcom, a adesão chegou a 90% da categoria no Estado, a maior parte carteiros. A assessoria dos Correios contesta, afirmando uma média de 65% -daí a disparidade na quantidade de entregas atrasadas em relação ao levantamento do sindicato. De acordo com os Correios, os serviços de triagem e administrativos praticamente não foram afetados.
No entanto, enquanto a empresa garante que os carteiros trabalharão nos próximos dias fazendo duas horas-extras diárias, conforme limita a lei, o sindicato dos trabalhadores afirma que a determinação é não trabalhar além da jornada normal. ?Deliberamos que os trabalhadores não devem fazer horas-extras até que se cumpram os 90 dias estabelecidos como prazo para que os acordos de greve sejam colocados em prática?, afirma o secretário-geral do Sintcom, Nilson Rodrigues dos Santos.
De acordo com o sindicalista, isso deve fazer com que as entregas se normalizem somente no final de semana. ?As horas-extras são comuns e os trabalhadores já atuam com defasagem de cerca de 20% do efetivo na área operacional.? A assessoria dos Correios, porém, garante que não há informações sobre a recusa dos trabalhadores em executar trabalho extra.
Acordos
O acordo que encerrou a greve estabelece que o adicional de risco, atualmente pago em forma de abono, seja incorporado ao salário dos trabalhadores até o final de junho. Além disso, a categoria também espera dentro desse mesmo prazo uma revisão na distribuição da participação dos lucros. Segundo o sindicato, essa teria sido feita de forma extremamente desigual entre os diferentes cargos.
Nilson dos Santos afirma que, até lá, os trabalhadores permanecem em estado de greve. ?E se dentro desse prazo não cumprirem com os acordos, em 1.º de julho faremos greve novamente?, avisa.