Carta pede fim de evasão escolar em Foz do Iguaçu

A violência e o trabalho informal estão afastando estudantes das escolas em Foz do Iguaçu. Mais de 900 alunos da rede estadual não fizeram a rematrícula no início deste ano – a maioria no período noturno – nas 28 escolas que teriam cerca de 30 mil estudantes.

Esse grande índice de desistência fez com que o Núcleo Regional de Educação em Foz divulgasse uma Carta Aberta à população, numa campanha contra a evasão escolar, em conjunto com a coordenação da equipe pedagógica, os diretores dos estabelecimentos de ensino e as Associações de Pais e Mestres e Funcionários (APMFs).

Para o Núcleo de Educação, o principal problema seria o trabalho informal, já que muitos alunos trabalham o dia todo no Paraguai como sacoleiros, ficam cansados e acabam desistindo de ir à escola. Ainda de acordo com o Núcleo, o baixo número de confirmação de matrícula de alunos de 14 a 16 anos ocasionou o fechamento de turmas.

Mesmo assim, a chefe do Núcleo Regional, Dulce Wernke, informou que a evasão escolar foi diminuída em 20% de julho até dezembro de 2007 e disse não possuir dados do total de rematrículas que foram feitas este ano.

No período da manhã, a procura por vagas é enorme, também ocasionada pelo medo de estudar à noite. Mas o medo persiste no cotidiano de alunos que estudam durante o dia, inclusive em escolas municipais. Segundo a mãe Edinalva Benedito, que tem um filho de seis anos na escola, a situação é crítica. ?Ano passado teve aluno que levou facada, já foi encontrado aluno com arma e aluno já enfrentou professor com faca. Tudo dentro da escola?, contou, sobre a situação da Escola Municipal Cora Coralina, no bairro Morumbi III. ?Quando posso, fico no portão cuidando, tenho muito medo. Assim que for possível vamos sair de Foz, não quero criar meu filho aqui?, desabafou. Segundo a mãe, é difícil a Patrulha Escolar passar pela região.

Já o comandante da Patrulha Escolar, aspirante Ricardo de Araújo, disse que com a implantação desse trabalho policial, a situação melhorou. Há duas equipes da Patrulha por turno e quatro policiais exclusivos para o trabalho.

A situação mais preocupante é do Bairro Porto Belo, que costuma registrar ocorrências mais graves. Alunos armados e comércio de drogas na frente das escolas são rotina. Segundo o aspirante, muitos estabelecimentos de ensino ainda não se adequaram às exigências de segurança que poderiam reduzir as ocorrências. ?Em algumas escolas, não existe uma área interna segura na qual os alunos possam esperar os pais. Muros baixos e falta de funcionário para cuidar do portão de entrada facilitam a entrada de pessoas estranhas?, afirmou.

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