Dentre uma infinidade de carros novos disponíveis para compra, a advogada Delamare de Oliveira pagou R$ 42,9 mil por um Agile zero quilômetro e hoje se arrepende. O carro apresentou problemas cinco vezes de junho até agora.

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A escolha do veículo foi pela admiração da tecnologia e do design, mas o sonho virou pesadelo. O primeiro problema foi em 5 de julho. A caminho da concessionária Metrosul para fazer o emplacamento, ela percebeu que a temperatura do carro subiu rapidamente. “O carro ferveu e tive que parar em uma avenida movimentada, correndo risco de causar acidente”, garante.

O Agile foi guinchado até a concessionária e lá foram trocadas cinco peças, incluindo o cabeçote do motor e o termostato. Em 20 de agosto, foi a vez da injeção eletrônica apresentar problemas.

O módulo de recalibração foi arrumado mas, de acordo com a advogada, voltou a apresentar defeito no dia 24. Oito dias depois, a peça foi novamente consertada. No momento em que ela saiu da Metrosul, no dia 1.º deste mês, o carro parou de funcionar pela quarta vez.

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O motivo era a bateria, que descarregou durante o conserto. Para evitar que Delamare tivesse que aguardar um longo período para a recarga, a peça foi trocada.

No dia 9, o último problema no carro foi indicado pela luz de óleo que acendeu no painel. “Além de todos os defeitos que o carro apresentou, fui chamada para três casos de recall”, lembra.

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Segundo Delamare, em todas as situações ela foi orientada a voltar à concessionária caso o veículo apresentasse novos problemas. Ela foi informada de que a troca do carro só poderia ser feita judicialmente.

“Só uso o carro para vir da minha casa, em São José dos Pinhais, até o trabalho no Boqueirão, porque tenho medo de viajar com ele e ficar na mão. Me sinto mais segura em trafegar no Santana 88 do meu avô do que no meu carro”, revela.

O veículo agora está funcionando corretamente, mas com medo de novos defeitos, Delamare garante que procurará o Procon. “Na internet há mais de 150 reclamações do Agile”, garante.

Troca

De acordo com o advogado Gláucio Antônio Pereira, que auxiliou na confecção do Código de Defesa do Consumidor, Delamare tem direito à troca. “A devolução nos termos do Código pode ser feita em até 90 dias e o vendedor tem responsabilidade pelo produto. Porém, como trocaram várias peças do veículo nesse intermédio, ela tem o direito de reivindicar a troca por um carro novo”, afirma.

Não é o que informou o advogado da Metrosul. Pedindo para não ser identificado, ele declarou que, de acordo com o artigo 13 do Código, é a fabricante a responsável pela troca do veículo, apenas se houver algum defeito que não possa ser consertado através da garantia fornecida pela concessionária. A assessoria de imprensa da General Motors já foi informada do fato, mas até o fechamento desta edição não divulgou a posição da empresa.