Carro elétrico com DNA paranaense

Apesar de ser um modelo da década de 80, um fusca ano 82 – batizado de EcoFusca Thomas -, vem roubando a cena no norte do Paraná. Isso porque o veículo circula, há dois meses, com a vanguarda do que se pesquisa hoje no setor automobilístico, um sistema movido integralmente por energia elétrica. O projeto com DNA paranaense foi desenvolvido por empresários de Londrina e quatro estudantes dos cursos de engenharia elétrica e engenharia industrial mecânica da Universidade Tecnológica Federal (UTFPR) do campus de Cornélio Procópio. Apesar de a adaptação ter sido realizada em um fusca, essa tecnologia permite que qualquer veículo substitua o sistema convencional pelo elétrico. No projeto, a troca ficou orçada em R$ 25 mil, mas em escala pode reduzir consideravelmente o custo. Soma-se a isso, todo o viés ambiental, uma vez que o índice de emissão de poluentes é reduzido a 0%.

Integrante do grupo que assina o projeto, o estudante do 10º período de Engenharia Elétrica, Danilo Yamazaki, conta que uma das preocupações foi simplificar a transformação ao máximo, a fim de permitir aos donos de veículos retornarem para o motor convencional. “Dessa forma a alteração permite o caminho reverso e ampliamos o leque de opção das pessoas”, avalia. No projeto, o tanque de combustível e o motor do fusca, de 1.600cc, foram retirados. Já a bateria permaneceu cumprindo um papel coadjuvante no novo sistema.

No lugar do motor convencional foi colocado outro com corrente alternada trifásico assíncrono de 15cv nominal. E 25 baterias de chumbo ácido ficaram no lugar ocupado pelo tanque. Com carga total, essas baterias permitem uma autonomia de 60 quilômetros e a recarga pode ser feita em tomadas residenciais de 220 Volts. “Não estendemos para as tomadas de 110 Volts, porque as instalações elétricas mais antigas podem não suportar”, explica Yamazaki. O custo médio para abastecer o veículo é de R$ 0,07 por quilômetro, quase quatro vezes menor do que com gasolina que, em média, é de R$ 0,26.

A exemplo do que ocorre com montadoras como a Nissan, que já desenvolveu um carro elétrico, os estudantes também apontam a alta carga tributária como um condicionante para que o projeto venha a ser implementado em escala comercial no Brasil. “Acreditamos que os impostos e a falta de uma inspeção veicular específica para carros elétricos sejam sanados em breve, já que o mundo demanda por soluções que gerem impactos cada vez menores ao meio ambiente”, aponta o estudante.